Há 75 anos levamos no peito a barreira, as barricas e as burrices dos intolerantes e ignorantes

Contei no outro post que hoje, há 75 anos, o Palestra jogava pela última vez como Palestra.

Os jogadores sabiam disso quando venceram a Portuguesa em Santos.

Mas será que um dia alguém saberá o que é a sensação de ter de mudar de nome? De ser violentamente obrigado a renegar a sua razão social e emocional? A sua emoção esportiva? O seu berço trocado por um berro “patriótico”? O Palestra que não podia mais ser Italia desde março de 1942 não podia mais ser Palestra em 14 de setembro de 1942.

Justo o Palestra que seria o Brasil na primeira conquista intercontinental, em 1951. Justo o Palestra que seria a Seleção Brasileira no Dia da Independência de 1965.

Justo o Palestra injustiçado pelas autoridades autoritárias e intolerantes da ditadura daqui que guerreava com a de lá.

Palestra que nasceu Italia mas sempre foi de São Paulo, do Brasil e dos brasileiros que sempre o sustentaram como uma das cinco maiores torcidas do país cujo maior campeão é esse clube que teve de mudar de nome. Não de ideal. Nem de vocação por vitória.

Há 75 anos o Palestra saiu de campo vitorioso. Sem saber no dia seguinte qual seria o seu nome. Se ainda seria um clube. Se a sede ainda seria sua.

Há 75 anos a gente palestrina dormiria Palestra e na outra manhã acordaria Palmeiras.

O que mudou? Nada.

Porque quando se tem tudo no peito não há barreira, barrica ou burrice que não se leve de vencida com a alma lavada e a arma ensarilhada em nome da honra, da glória e do que é justo. Do que é nosso.

Aos que nos obrigaram a mudar de nome, todas as palavra inomináveis.

Aos que honraram o nosso Palestra, o Alviver