Eriksen disputa bola com Tinga, jogador do Palmeiras em 2012 (Foto: Divulgação/Palmeiras)

A Dinamarca vai a campo neste sábado (26) para enfrentar a França pela segunda rodada da Copa do Mundo 2022. Entre os titulares, está o meia Christian Eriksen, que, há dez anos, foi derrotado pelo Palmeiras como jogador do Ajáx, da Holanda.

O duelo inusitado aconteceu em amistoso internacional realizado na pré-temporada brasileira de 2012. Com o Allianz Parque ainda em construção, a partida foi disputada no Pacaembu e contou com quase 25 mil torcedores nas arquibancadas.

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Em campo, um embate equilibrado pôs à prova a força do futuro campeão holandês contra um Palmeiras que seria rebaixado ao final do ano. Apesar da disparidade técnica, quem saiu com a vitória foi o time da casa, com gol de Pedro Carmona aos 49 minutos da segunda etapa.

– O fato pessoal de enfrentar um time conhecida europeu na minha carreira profissional pela primeira vez me empolgava. Foi importante psicologicamente pro meu início de ano no Palmeiras. 2011 tinha sido uma temporada conturbada pra todos e 2012 tinha que iniciar de uma forma melhor e, de fato, começou bem no paulista e copa do brasil. Acabei saindo antes do inicio do Brasileiro daquele ano – relembra Pedro Carmona, ao NOSSO PALESTRA.

Cérebro do Ajáx, Eriksen foi participativo e teve boa atuação, mas, bem marcado, não criou tanto quanto se esperava. Por outro lado, o meia Jorge Valdivia conduziu o meio-campo palmeirense e dificultou a vida da marcação adversária durante os 90 minutos.

Além do craque dinamarquês, o elenco holandês contava com o goleiro Cilessen, os zagueiros belgas Alderweireld e Vertonghen e o meia uruguaio Nicolás Lodeiro. Todos esses atletas disputaram ao menos uma Copa do Mundo por seus respectivos países.

– Eram nomes que eu jogava no vídeogame e só me provou o que eu já imaginava. Existem os craques e existem os outros que estão muitos próximos em níveis técnico e físico, mas que vivem de momentos e boas experiências. Alguns podem chegar muito longe em suas carreiras e outros não. A maioria daqueles atletas, tanto de Palmeiras quanto Ajax fazem parte dos “outros” – diz Carmona.

A dupla de defensores da Bélgica, no futuro, encontrou-se com Eriksen no Tottenham, da Inglaterra. Em 2019, os três foram titulares na final da Champions League, que terminou em derrota dos Spurs para o Liverpool.

Depois de deixar o clube inglês, o meia transferiu-se para a Internazionale, da Itália, e quase encerrou sua carreira de maneira precoce na metade de 2021. Equanto atuava pela seleção dinamarquesa, o jogador sofreu mal de súbito em campo e foi salvo por paramédicos.

Após o episódio, Eriksen teve de passar por avaliações médicas para descobrir se poderia retornar aos gramados. Com a liberação, ele foi contratado pelo Brentford, da Inglaterra, e voltou a atuar profissionalmente seis meses depois de sofrer a parada cardíaca.

– Já presenciei desmaios por choque, mas por arritmia nunca. Eu estava vendo o jogo naquele momento e quando percebi estava de pé na frente da TV de tão nervoso e ansioso pela situação. Falando por mim, não sei se teria psicológico pra voltar a jogar ou fazer algo de alta performance física se passasse por algo assim. Quando se volta de uma lesão muscular, inicialmente, não se consegue dar um sprint em velocidade máxima por medo. Imagina o psicológico pra voltar a jogar depois de quase morrer de uma arritmia. Não sei se conseguiria. Só passando pra saber – completa o ex-palmeirense.

Eriksen com a camisa da Dinamarca (Foto: Divulgação / Fifa)

Aos poucos, ele recuperou o ritmo e retornou ao radar dos grandes clubes europeus. Nesta temporada, o dinamarquês teve seu passe comprado pelo Manchester United e retomou as convocações à seleção nacional, de modo a ser chamado para a Copa do Mundo do Catar.

Nesse período em que o craque viveu tudo isso, o Palmeiras passou por reestruturação interna e recuperou o protagonismo no futebol brasileiro. Desde 2012, o Verdão conquistou 11 títulos, sendo três Brasileiros, três Copas do Brasil, duas Libertadores, dois Paulistas e uma Recopa.