Habemus Borja: Palmeiras 2 x 0 Ponte Preta

Não lembro a última vez que Borja fez gol. Não lembro a última vez que o Palmeiras fez duas boas atuações (ainda que contra duas equipes em situação delicada). Não lembro a última partida de Arouca.

Mas lembro que torcer é isso. Acreditar que o melhor jogador da América em 2016 pode reencontrar o gol na bola espirrada, no belo balão que deu em Aranha, na bola que bateu na trave como tantas vezes o Palmeiras raspou e foi pra fora em 2017. E Borja, nem isso.

Três minutos antes, a bola escapuliu do colombiano e Keno bateu muito bem. Coisa de fase. Keno está fazendo tudo direitinho. Borja, não.

Ou não mais.

Keno de novo foi ótimo. O melhor. Marcou o primeiro gol aos 27, em mais uma falha de Rodrigo, em lance nascido em arremesso lateral irregular pela bola na mão do atleta. Keno que participou de quase todos os oito lances de um Palmeiras que foi melhor que a Ponte no primeiro tempo e muito melhor na segunda etapa.

Eduardo Baptista manteve o 4-1-4–1 dileto, com velocidade e contundência com Lucca e Danilo pelos lados, e Claudinho à frente. Mas os erros defensivos foram letais no primeiro tempo, e seriam mais ainda na segunda etapa. Quando o Palmeiras foi ainda melhor. A linha de zaga mais alta e marcando por zona, Bruno Henrique e Tchê Tchê pisando na área rival, Mayke e Egídio dando amplitude (e alguns sustos na esquerda), Moisés mais próximo dos três atacantes.

Em casa, o Palmeiras atuou no 4-2-1-3. Mesmo perdendo Willian com preocupante lesão muscular na parte posterior da coxa, Borja entrou com o tempo que ele não vinha merecendo.

O torcedor que o apoiou e acreditou mereceu o gol. O palmeirense acreditou em Borja mais do que ele mesmo vinha acreditando.

Mas será que dá para acreditar ainda em mais coisas positivas no Palmeiras?

Difícil. Dificílimo. Como Borja passar agora a jogar tudo que não tem jogado em 2017.

O que dá para discutir é como parece melhorar o Palmeiras de Valentim.