Heróis do Deca: Victor Luís
Você chorou nos braços de Fernando Prass com o gol do Santos, contra o Vitória que era a nossa vitória daquele ano trágico de ressurgimento. Você foi procurar abrigo em outros rios. Botou fogo no passado ainda inconstante e se habilitou pra voltar.
Victor do céu, voltar pro Palmeiras justamente no ano em que o elenco se tornou tão grande, com um lateral de tanta representatividade. Poderia dar errado, por falta de tentar. A gente sabia que você não tentaria, mas faria da chance, a vida. Da vida, o Palmeiras. E foi sendo. A cada jogo, a mesma oração, uma dedicação infinita, eterna, que vem de 1914 e vai parar sabe Deus em qual taça.
Contra o Santos, sob a chuva de uma noite de primavera, parece que você tirou forças da água que inundava o olho de quem via o jogo, valendo tanto, indo pelo ralo.
Lembra que vi o número 26 de costas pra mim?
Depois daquilo. Aqui, 50 minutos depois.
Com as imagens da sua comemoração descontrolada, emocionada, alucinada, entupida de sentimento. Sob a água. Aquele mesmo Allianz Parque que foi regado com seu choro na nossa manutenção da Série A, você ainda garoto, agora floresce no mesmo terreno, na mesma grama, mas com a iminente colheita de um Campeonato do país.
Não só a Botelho.
A minha camisa azul, enfim, tem um novo sentido.
Obrigado por ser tão nós, tão nosso.
Eu sou seu fã, deca!