Hoje é dia de paz

Hoje e todos os meus dias é dia de Palmeiras. O primeiro dia como Palmeiras foi há 77 anos. O único clube que entrou em campo desafiando a ditadura no país durante uma Guerra Mundial contra a pátria que o inspirou levando a bandeira do próprio país que honra há 105 anos.

São 77 anos de Arrancada Heroica. O dia em que o Palestra morreu líder e o Palmeiras nasceu campeão.

Mudaram nosso nome. Não nossa essência. Campeã de berço, lutadora de DNA, brava de alma, apaixonada de espírito.

Podem mudar nossa pessoa jurídica. Nosso lema, camisa, emblema, lar, razão social. Mas nossa emoção não tem jogo. Vão ter de aturar a gente cornetando, buzinando, enchendo o saco. O de vocês e o nosso.

Somos assim. Com qualquer nome. É inominável nossa sensação. Como é a de qualquer outro clube também. Não somos mais. Mas também não somos menos. Fomos dos filhos da Itália, dos irmãos do Brasil, pais dessas crianças que hoje cantam “Meu Palmeiras” até quando não pode no Hino.

Também não podia mudar um nome de batismo como Palestra (palavra grega) por causa de uma guerra contra a Itália. Intolerância x ignorância numa batalha sem vencedores.
Tivemos que mudar em nome da paz em dias bélicos. Pensaram em outros escudos.

América. Bandeirante. Paulista. Piratininga. Mas como acontece mais vezes na tabela dos campeonatos nacionais, tinha de começar com P. De Palestra. De parceiro. Periquito desde o passado, de porco também pra sempre.

P de pioneiro. De primeiro. De Palmeiras.

Aceitamos trocar de nome em nome da paz. Em nome do Palmeiras torcemos há 77 anos.