Hora de usar mais do que cortar a cabeça
Não consegui ver nada além dos melhores e sobretudo dos piores momentos de Palmeiras 2 x 3 Sport. Estava ainda no Olímpico de Kiev comentando pelo Esporte Interativo as tolices de Loris Karius (nome de vilão de Star Wars ou de irmão bastardo de algum rei do Game of Thrones) quando Keno fez 1 a 0. Li no placar do UOL. E segui pensando que, sonhando com o final do ano, melhor mesmo seria pegar o ótimo Liverpool do que o Real Madrid e seu demoníaco pacto com títulos internacionais.
Quando deixei a cabine ao lado de Zico, o Galinho perguntou se já havia começado o Flamengo em Minas contra o Atlético. Eu sabia que não. Mas o fuso horário de seis horas nos traía. Fui checar o Palmeiras com o resto de 3G que restava. A conexão estava mais irregular que o Palmeiras. Só deu para ler 1 x 2. Dois gols de Anselmo. Ex como Ananias em 2014.
Desliguei. Entrei na viatura. Nem sinal do próprio sinal. Até ele se restabelecer para celebrar o empate com Hyoran. Esse moleque é melhor do que eu imaginava. Mas não gostei quando vi Rafael Marques em campo. Outro que honrou a camisa. Outro ex que faria enfim o que o Sport merecia, acredite, desde aqueles malucos 5 x 1 em 2017. Quando eles poderiam ter goleado e acabaram goleados.
Jogo doido. Doído. Como tem sido o Palmeiras também em 2018. Um time como a minha conexão. Errático. Instável. Pega quando não se espere. Empaca quando é necessário mandar aquele whatsapp só pra dizer que está tudo bem.
E não está.
O que não significa dizer que, como o meu celular, tem que jogar de novo tudo pro alto. Pro ar. Pelos ares. Pra fora.
Mas precisa jogar mais. Estabelecer conexões mais firmes e mais próximas. Conectar o time. Alguns com a realidade. A defesa com a atenção.
Não é pra cortar cabeças. É pra botar no lugar. E Roger coçar mais a cabeça. Ou rever conceitos dentro dela.