Indiferença que pesa no bolso

(Foto: Cesar Greco/Agência Palmeiras/Divulgação)

A relação do Palmeiras com a torcida se tornou um tanto faz. E o torcedor começa a demonstrar que a indiferença de quem comanda o clube tem seu preço. O clube fechará o ano com o menor número de sócio-torcedores adimplentes desde 2013, como mostrou o NOSSO PALESTRA.

A queda no Avanti também respingou na arrecadação da bilheteria e a receita bruta foi a mais baixa desde a volta para casa. Foram R$ 55,3 milhões, bem menos do que os R$ 79,5 milhões do ano passado, até então o maior da história do futebol brasileiro. Na atual temporada, o Palmeiras ficou em terceiro lugar entre os clubes da Série A, atrás do Corinthians (R$ 61 milhões) e Flamengo (R$ 96,6 milhões). Os cariocas superaram em quase R$ 20 milhões a marca palmeirense.

O Palmeiras precisou sair de casa oito vezes em 2019. Jamais tinha sido tanto assim. O distanciamento para com a torcida ficou claro na última partida como mandante, quando a opção mais viável na visão da diretoria foi jogar em Campinas. Como resultado, déficit de quase R$ 90 mil na renda líquida.

Desde a estreia no Allianz Parque foram 178 compromissos com mando verde, contando casa e demais estádios, e a segunda com renda negativa. A outra tinha sido em 2016, contra o Rio Claro, no Pacaembu pelo Paulista.

Há poucos anos o programa Avanti era orgulho e fonte de receita das mais importantes. Chegou a bater mais de cem mil adimplentes com direito a propaganda em horário nobre da televisão. Atualmente, tem metade disso.

Vanderlei Luxemburgo disse na coletiva de apresentação que o torcedor é fundamental. O novo comandante pode aproveitar a disposição mostrada na entrevista para tentar motivar a atual diretoria no sentido de olhar para o palmeirense em sua essência. Não apenas como um cliente.

Os números do Avanti e a queda na arrecadação mostram que a torcida não está mais disposta a pagar pelo ingresso mais caro do país. A reclamação passou por qualquer cerco. Quem gastou tão errado em 2019 não pode se dar ao luxo de perder milhões da sua fonte mais preciosa.