JG e Tutu: Um sopro de genialidade pra acreditar (ainda mais) no futuro

Ser campeão brasileiro é o tipo de honraria que marca a vida de qualquer torcedor. 2016 sempre será uma lembrança emocionante para esse jornalista aqui. Toca o coração e faz valer a pena nossa profissão, que é tão apaixonante quanto é profissional nossa paixão.

Desta vez, ao menos pra nós, que pertencemos a uma geração abençoada pelas conquistas, o título tem caráter de alívio. É um final que faz um afago em sujeitos exaustos por uma temporada que consumiu até nosso último toque de suor. Que seja eterno, mas termine logo.

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Começamos tudo isso ainda em 27/11/2021, passamos por uma viagem ao outro lado do planeta, uma pressão infindável num país complicado, uma tristeza grande por ter sido quase, a pressão pelo tetra, a campanha mais forte da história e a esperança de seguir vencendo, remontada épica no estadual, queda forçada no Choque-Rei e uma luta de 38 rounds pra ser pela décima primeira vez.

Sinto alívio. Sinto a vida honrar todo esforço e entrega, com um brinde ao nosso fôlego por amor, mas não só. Erguer o Brasil numa taça é pra enquadrar, fazer a maior festa que puder. Um país tão pesado e sofrido, que, em breve, amanhecerá mais verde de esperança.

E assim amanhece por meninos como Endrick. Ver e viver nascer uma espécie de Pelé dos anos 2000 no seu time beira o inacreditável. Não tem como prever, mas é maravilhoso. Reúne o êxtase do iminente sucesso, a pressa de vê-lo se concretizar, a curiosidade do mais alto degrau e, lá no fundo, um medo de que qualquer coisa de ruim aconteça com nosso garoto de tão somente e tão suficiente 16 anos.

Hesitei demais em aceitar, mas ele é esse ponto inexistente na curva da vida. Aparece um a cada 100 anos, sei lá, talvez até mais. Muitas vezes nem temos a chance de acompanhar durante nossa época. Agora, cá entre nós, apareceu e bem no nosso time. Usa a camisa 16 e parece ser uma máquina entre o resto dos comuns.

Quem é escolhido para abarcar tamanho talento, sabe não somente lugar, mas também a hora de chegar. Endrick é o rejuvenescer do Palmeiras ao final deste cansativo ano. O último gás da reta final. As pernas que nos faltam para virar um jogo fora de casa e encaminhar o endecampeonato.

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