JG Falcade: ‘A Rainha, a fantasia e o multiverso da loucura’

Existiu nos anos 90 um desenho chamado “Fantástico Mundo de Bobby”, uma aventura engraçadinha de um garoto que habitava seu próprio universo de fantasia, absolutamente descolado da realidade. Bobby era inocente.

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A grande questão pra ele sempre foi idealizar um universo mais carinhoso para viver, mesmo que ele não existisse. Era uma anedota que nada de mal causava ao mundo, porque suas inverdades eram sobre ele, e somente sobre ele.

Coloque sobre a cabeça de Bobby uma coroa, uma responsabilidade de liderar um grupo de 20 milhões que confiam nele o seu maior amor, fé e devoção. Seria nosso pequeno personagem capaz de lidar com a responsabilidade? Certamente não, porque sua mente estava descola da da realidade de forma decisiva.

Se você pensasse em Wanda, do universo Marvel, você entenderia que o poder fica próximo e íntimo do ego, que alimenta a fantasia sem escrúpulo. Ignorar todos os diagnósticos com o único intuito de curar suas próprias dores, mesmo que todos sejam manobra dessa massa.

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Eu teria pena, já que Bobby era só um garoto, com questões sérias de inocência. Se Bobby fosse um bilionário que tivesse planejado obter o poder, eu trocaria a pena pela resignação, porque ele teria buscado tal cargo. Usou de mundos e fundos pra mandar, e agora manda.

Seria essa uma crônica de televisão caso não conversasse analogamente a uma realidade de alguém que não compreende o local de sua responsabilidade, que não entende e não faz questão de entender que está em sua mão a maior paixão de uma imensidão de gente – e com isso não se brinca.

É chocante como o fantástico e o tresloucado se mesclam com mentiras impiedosas que vão mastigando o coração daqueles, os que vivem pela causa. Quem paga para ajudar suas cores e se sente violado ao ver alguém, que responde por todos, viver uma realidade completamente paralela, um multiverso da loucura.

Sorrisos, fotos, viagens e milhões.
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Quando ficção e realidade se cruzam, milhões sofrem.