JG Falcade: ‘Seis anos depois, ainda nosso’

Quando te vi nas capas de jornal, eu não tinha esse espaço pra escrever. Os que tinham, falavam de você como um prodígio, mas eu não estava habituado a ver surgir no meu time garotos que brilhariam como uma estrela. Era um sonho, mas parecia divagação de verão. Por Deus, não era.

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Do estádio, bem de pertinho do banco de reservas de Oswaldo, eu enchia o saco do comandante falando: ‘E o Gabriel?’. Corneteiro e aspirante a jornalista, eu queria ver se você era glorioso como minha expectativa apontava. Te assisti uns minutos, meio errático, mas de olhos brilhantes. Uma vontade que chacoalhava quem apreciava.

Sabíamos que acontecia diante de nossos olhos um fato histórico. Era otimista dizer que Gabriel daria paz aos palmeirenses angustiados por terem visto o inferno de perto, dias antes. Você, menino Jesus, chegou como àquELE que motivou seu nome: como esperança. Milhões de pessoas colocavam sobre seus pés a fé mais sincera que tinham no coração.

Dias depois, você fez o gol em um lugar todo errado, num campo ruim, contra um adversário que marcou nossa vida com algo ruim. Vencemos, nos seus pés. Pés que não suportariam a dor e te tirariam da maior final que eu assisti em toda minha vida. Mas eles, doloridos, te trouxeram pra perto de mim, na arquibancada, com uma máscara e um nariz de porco. O meu dia de torcedor mais feliz em 27 anos.

Seis anos depois, você é um sucesso. Você vive longe de nós, faz sucesso pro mundo, mas o berço segue te querendo bem. Torcendo pro você, celebrando seus sucessos e compartilhando de suas dores. Você, menino, é nosso menino. Mesmo homem feito e consagrado. Que um dia tenhamos um abraço de boas vindas, afinal, como você pediu, nunca nos esquecemos de você, já que você nunca se esqueceria de nós.

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