João Sundfeld: ‘Um morto muito louco – Palmeiras 1 x 1 Flamengo’

Num malabarismo de marionete verde, o clube quase não fica de pé. E quase não engana ninguém

Palmeiras não está nas cordas. Mas sim vive delas. João puxa um braço, Dudu vai na perna, Weverton no outro braço. Abel segura a cabeça para não cair.

Num malabarismo de marionete verde, o clube quase não fica de pé. E quase não engana ninguém.

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O 1-0 vira 1-1. O 2-0 chega a 2-2. Isso para nem comentar o 0-0 que vira um número negativo que nem deveria existir em planares de futebol – não contra o meu time, pelo menos.

Controlado pelas poucas cordas que estão na mão de poucos, o Palmeiras vai levando. Como quem não quer nada, vai tentando ganhar aqui e ali. Às vezes consegue, outras não. Milagres não se faz.

Afinal, se morreu, morreu. Não são cordinhas de 89 que vão mudar isso. Podemos tentar, e tentam muito, mas não tem o que fazer. As ordens – e mudanças – precisam vir de cima.

Enquanto lá sai Pelé e Romário para entrar Maradona e Messi, aqui temos no banco Di Stéfano, mas com 16 anos. Não é para salvar tudo quando os outros não conseguem.

O que era para evoluir se torna única opção. O que era para aprender precisa pular o estágio e virar adulto com idade de ensino médio. Ou nem isso direito.

E com um trabalho brilhante – apesar de opções questionáveis, como colocar jovens por apenas seis minutos – chega uma sobrevida. Uma esperança de que pode acontecer algo.

Mas são apenas cordas que puxam uns braços e pernas de um corpo que não demonstra vida. Que está inanimado, parado no tempo enquanto vê o mundo progredir.

Enquanto não mudar, o Palmeiras é um morto.

E muito louco somos nós que ainda acreditamos.