Júlia Bianchi projeta jogo contra Atlético de Madrid e relembra rivalidade: ‘É o Dérbi’

Em entrevista ao NOSSO PALESTRA, atleta comentou mudança de posição e falou sobre os anos que passou jogando na Espanha pelo Madrid CFF

Disputada no interior de São Paulo, a Ladies Cup proporciona testes interessantes para o Palmeiras, atual campeão da América. Além de enfrentar as principais equipes do país, como Internacional e Santos, o Verdão terá pela frente o Atlético de Madrid, em partida válida pela segunda rodada da fase de grupos.

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No elenco palestrino, uma jogadora tem um histórico interessante contra o time espanhol. Polivalente meio-campista, Júlia Bianchi já atuou na Europa em 2018 e 2019, vestindo as cores do Madrid CFF. Em entrevista exclusiva ao NOSSO PALESTRA, a atleta relembrou um momento especial no Velho Continente e comentou o reencontro com o antigo rival.

– Eu acho muito legal essa iniciativa da Ladies Cup de trazer equipes de fora para fomentar ainda mais o torneio. Tive a experiência de jogar contra o Atlético de Madri e foi uma experiência especial porque era o Dérbi. Eu jogava em um clube de Madrid, então era o Dérbi. Nós jogamos no Wanda Metropolitano, tinham mais de 20 mil pessoas, então foi uma experiência bem legal. Foi um jogo emocionante, 3 a 3, e sempre foi uma rivalidade grande por ser os dois clubes de Madrid. Aquele evento em especial foi muito bacana pela presença da torcida, por ser em um palco como o Wanda Metropolitano e por ter sido um jogo muito equilibrado. Vai ser legal reencontrá-las, desta vez no Brasil, em clubes diferentes, mas tem tudo para ser um grande confronto.

Júlia é um dos destaques do futebol brasileiro nos últimos anos. Em 2020, quando atuava no Avaí/Kindermann, a volante foi considerada a melhor do país pela ESPN. No ano seguinte, chegou ao Palmeiras e ganhou a posição no meio-campo.

Partida entre Palmeiras e Santos, válida pela terceira rodada do Campeonato Paulista Feminino, na Arena Barueri, em Barueri-SP. (Foto: Fabio Menotti)

Na temporada atual, porém, Bianchi teve de mudar de posição. Isso porque Agustina e Thaís deixaram o clube de maneira polêmica e, com isso, Ricardo Belli passou a contar com apenas uma zagueira no elenco. A camisa 5, então, foi recuada para recompor o setor defensivo. Ao NP, ela explicou que a mudança foi algo natural e que isso a auxiliou a tomar melhores decisões e se desenvolver.

– Na verdade, eu sempre fui uma jogadora que atuou em outras funções. Comecei jogando na lateral, depois tive uma experiência na ‘zaga’ na Seleção Sub-17 e na Seleção Brasileira Sub-20, mas, desde então, venho atuando no meio-campo como volante. Ano passado, acabei fazendo alguns jogos improvisada na ‘zaga’ aqui no Palmeiras, e nesse ano tivemos essa situação na Libertadores, em que eu atuei o campeonato todo como zagueira. Então eu via que eu poderia fazer esta posição por já ter feito em outras oportunidades. Para mim, encarei como um novo desafio, acho que nós atletas devemos estar sempre preparadas e prontas para aceitarmos novos desafios. Foi uma situação colocada devido ao momento que a equipe vivia, em que acabamos perdendo duas zagueiras que vinham atuando com bastante frequência ao longo da temporada. Então, encarei como um desafio e uma oportunidade de crescimento. Aproveitar esse tempo em que joguei mais recuada para ter uma noção melhor do jogo de frente, desenvolver capacidade de cobertura de marcação, da própria marcação. São situações que podemos olhar com olhares positivos e extrair coisas positivas sempre.

– Por estar atuando no meio-campo, a gente sabe que é uma posição que tem marcação o tempo todo, você nunca recebe uma bola sozinha no meio-campo, então você acaba se acostumando a estar sempre sob pressão, cercada por alguma atleta. Quando você joga na zaga, você tem um pouco mais de liberdade, porque você tem adversários vindo de frente para você, não de todos os lados como é no meio-campo. Então acho que consigo ter um pouco mais de tempo jogando na ‘zaga’, o que me faz tomar decisões melhores, ter um pouquinho mais de tempo para decidir. O que posso contribuir para a equipe é nisso, na saída de bola. Tentar sempre dar o meu melhor defensivamente, já que agora estou em uma posição mais defensiva, que faz mais cobertura. O mais importante é nós atletas estarmos dispostas a fazer o que é pedido e o que é necessário no momento.

(Foto: Divulgação/ Conmebol)

Por fim, Júlia Bianchi projetou a reta final de temporada do Palmeiras. O time ainda está disputando a Ladies Cup – competição na qual perdeu a primeira partida por 5 a 0 para o Santos – e o Paulsitão, ocupando a 4ª posição na tabela. Segundo a atleta, o time está preparado para buscar uma vaga no mata-mata das duas competições.

– A gente ainda tem essas duas competições no ano. Começamos a ladies cup e não fomos bem na estreia. Sabemos que é um campeonato muito importante, temos ainda dois jogos na competição para tentar esses resultados e tentar a classificação para a final. Na sequência, temos mais três jogos do Campeonato Paulista na primeira fase, que depende de nós, do nosso desempenho, para conseguirmos a classificação para as semifinais e, posteriormente, para a final. A equipe vem muito preparada. A experiência que tivemos na Libertadores foi muito positiva para o grupo. Não falando somente do título, mas de toda a convivência. Isso trouxe uma união e um espírito de equipe no momento que a gente precisava, porque a gente acabou sendo eliminadas na semifinal do Campeonato Brasileiro. Foi um momento de mostrar amadurecimento e mostrarmos o nosso potencial. A equipe vem muito preparada para essa reta final do Campeonato Paulista e para as próximas rodadas da Ladies Cup.

O Palmeiras entra em campo novamente nesta sexta-feira (11) às 18h (de Brasília) diante do Atlético de Madrid. No primeiro jogo da competição, o Verdão contou com 11 desfalques e foi goleado pelo Santos por 5 a 0.

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