A série Academia de Craques, produzida pela TV Palmeiras, lançou mais um episódio neste último fim de semana com o ex-goleiro Emerson Leão. O ídolo alviverde comentou sobre sua relação com o clube que o projetou como jogador e explicou a importância do Verdão, não apenas em sua carreira, mas em sua trajetória como indivíduo.
– O Palmeiras fez a a minha vida, moldou minha vida como homem, atleta e ser humano. Devo tudo ao clube. Logo no primeiro ano, deu muito certo. Fui convocado pela Seleção Brasileira, virei titular do clube e fui campeão do mundo. É muita coisa para um moleque. E eu tinha que dar certo. Meus dois irmãos são médicos. Eu deixei de ser o terceiro médico para jogar futebol. Olha a minha responsabilidade – brincou.
Baixo quando criança, o arqueiro revelou que demorou para atingir certa estatura, mais adequada para um jogador da posição e, em seguida, explicou porque optou pela função em campo. Além disso, contou também que a relação com o Alviverde vem desde a infância.
– Eu era um menino pequeno. Forte, mas pequeno. Só fui crescer assim de uma hora pra outra dos 12 anos para frente. Eu tive uma infância muito saudável, só tenho boas recordações. Como todo interior, você tem os times de esquina. Por coincidência da vida, a nossa camisa era do Palmeiras e a gente gostava bastante – afirmou incialmente.
– Eu chutava muito forte e, em alguns lugares, eu jogava até no ataque, mas no meu ideal eu era goleiro, porque achava bonito. O goleiro é bonito e difícil, o resto é fácil de fazer. Você não pode uma série de coisas, mas, em compensação, você pode algumas que os outros não podem. O goleiro é um solitário, porque ele trabalha contra o êxtase do futebol, que é o gol. Eu não fui pro gol para jogar, eu fui por prazer – encerrou.
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O lendário camisa 1 é um dos maiores nomes da histórica Academia de Goleiros e sua chegada ao Palmeiras foi de sucesso imediato. Leão se firmou como titular pouco depois de ser contratado por empréstimo e teve sua compra efetivada mesmo lesionado ao final do primeiro contrato.
– Eu percebi que ia ter oportunidade cedo no Palmeiras. Vim emprestado por três meses como todos do interior vinham, com passe estipulado. Se aprovassem, eu ficaria. Senão, voltava. Eu não podia voltar, tinha que mostrar. O goleiro titular, o Chicão, machucou, eu entrei e não sai mais. Quase na hora de terminar os três meses, fraturei minha perna num jogo contra o São Paulo. Mesmo assim, o Palmeiras me contratou – explicou o ídolo.
O ex-goleiro jogou no Palmeiras em um período muito vitorioso do time, que contava com um esquadrão de craques. Ao final da entrevista, ele falou sobre como foi especial ter atuado ao lado desses grandes personagens da história do Maior Campeão Nacional e ressaltou seu carinho pelo clube.
– Eu nunca tinha vindo em um banquete do Palmeiras. Naquela ocasião, o Ademir, o Dudu e o César me pediram. Eles me falaram: “Vamos na festa, para reunir todo mundo, tirar uma foto, aproveitar que todos daquela equipe estão vivos.” Eu achei que estava legal e compreendi. Uma felicidade ter pertencido a essa família. O clube me ensinou muita coisa. Me deu tudo. Até a minha esposa, com quem já sou casado há 40 anos. Não dá para esquecer o Palmeiras.
Emerson Leão disputou 621 jogos em 13 temporadas com a camisa alviverde e conquistou inúmeros títulos, sendo os mais importantes três Brasileiros (1969, 1972 e 1973) e três Paulistas (1972, 1974 e 1976).
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