Leila fala sobre Abel Ferreira, concorrência por patrocínio e reforços: ‘Elenco está pronto’
Presidente questionou críticas sofridas pela gestão e exaltou trabalho realizado dentro do clube
A presidente Leila Pereira realizou nesta terça-feira (16) uma entrevista coletiva com presença exclusiva de jornalistas mulheres. No início do evento, a mandatária alviverde anunciou a renovação contratual de Abel Ferreira, que permanece no clube até o fim de 2025.
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– Eu gostaria de dar uma notícia em primeira mão. Eu acredito que o grande sucesso de nossa gestão, haja vista que no meu primeiro ano de mandato, de cinco campeonatos masculinos profissionais, conquistamos três, fora a Libertadores Feminina. No segundo, conquistamos três títulos, fora a base. Isso se deve a uma gestão transparente, uma presidente que fala a verdade. A presidente Leila Pereira nunca mentiu para ficar bonita com a imprensa. Posso errar, mas mentir jamais. As verdades são duras. Comigo, as pessoas têm de ouvir a verdade. Estou sempre aberta a opiniões, mas tenho o compromisso com a verdade sempre, mas uma vez só. Essa gestão tão vitoriosa se deve a esse trabalho profissional , transparente, e em virtude da continuidade. Muitas pessoas me questionam em relação a contratações, e meu foco sempre foi manter o nosso elenco, manter os profissionais que durante todos esses anos têm demonstrado uma estabilidade com relação à performance em campo. Eu acho que o grande reforço do Palmeiras é esse. Eu gostaria de comunicar a vocês em primeira mão que nós renovamos o contrato com o nosso treinador, Abel Ferreira, até dezembro de 2025. Era um desejo meu, manter o treinador tão vencedor. Tenho certeza de que ele está muito feliz, acredita na continuidade do projeto. Neste ano, vamos continuar fortes, sempre lutando pelo maior número de título possível.
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A presidente também comentou o atual contrato de patrocínio da Crefisa com o Verdão. Dona da empresa, Leila voltou a afirmar que o clube vai analisar propostas de outras entidades para o próximo ano, mas reiterou a importância de manter o contrato atual.
– O contrato de patrocínio da Crefisa, vamos remontar ao ano de 2015. A Crefisa e a FAM são patrocinadora do Palmeiras desde janeiro de 2015. O Palmeiras, antes do início desse contrato, vinha há dois anos sem patrocinador. Nós viemos ao Palmeiras oferecer o nosso patrocínio. Na época, foi algo muito relevante. Eu acho engraçado que, em todo esse tempo, eu não vi nenhuma repercussão para que outros clubes também conseguissem um patrocínio relevante assim. Viemos por nove anos patrocinando o Palmeiras, e a última renovação foi feita com o presidente Maurício Galiotte. Na época, ele renovou porque no mercado seria o mais benéfico para o Palmeiras. Não tenho dúvida disso. Nós temos esse contrato, que vai até dezembro de 2024. Eu já falei diversas vezes que, neste ano, vamos fazer uma concorrência. Quem oferecer o melhor valor, uma empresa idônea, não adianta fechar o patrocínio com valores astronômicos, fazer uma coletiva de imprensa. Eu sou totalmente contra as clausulas de confidencialidade no futebol. O torcedor tem o direito de saber. Tem de ter muita responsabilidade na hora de divulgar. Esse patrocínio da Crefisa e da FAM vai até dezembro e vamos fazer uma concorrência. Se a Crefisa ou a FAM tiver interesse em cobrir as propostas, quem vai decidir não é a Leila, o clube tem o Conselho de Orientação e Fiscalização. O que esse conselho decidir, nós vamos atender. É muito importante vocês estarem cientes. Semanalmente, aparece uma empresa querendo patrocinar o Palmeiras. A gente avalia o potencial econômico da empresa, porque eu não acredito em milagre. Aparecem empresas recém-criadas, com capital social ínfimo, como que pode oferecer um patrocínio milionário? Queremos empresas com credibilidade. Existem muitos aventureiros que querem se valer da marca, aparecem durante meses e não pagam. Aqui, o que costumo dizer, o nosso sucesso é porque temos credibilidade. O Palmeiras, o que ele se compromete, ele cumpre. Quero parceiras sérias. Senão faço uma festa, vai pagar R$ 400 milhões. E cadê o dinheiro? Lembrando que o que interessa ao Palmeiras é a parte fixa.
Por fim, Leila falou sobre o uso da Arena Barueri. Uma das empresas da presidente do clube assumiu a gestão do estádio recentemente, mas, segundo a empresária, isso não implica que o Verdão atuará no local com mais frequência.
– A gente toma a decisão em conjunto, com a comissão técnica, o diretor. Em relação ao Allianz Parque, o Palmeiras não tem o que fazer. O que a gente tem feito é jogar com palco. Não tem muito o que fazer. Existe contrato, não fui eu que assinei. Quando não for possível jogar no Allianz Parque, existe em Barueri, que a gestão é de uma empresa minha e do meu marido, e terá o Pacaembu. Onde a comissão técnica quiser jogar, vai jogar. O Palmeiras não tem obrigação de jogar em Barueri. Cada caso é um caso.
Leila Pereira é presidente do Palmeiras até o final de 2024. A empresária será candidata à reeleição e, se vencer, estará no clube por mais três anos.
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Machismo no futebol brasileiro
– Eu não vou solucionar o problema do machismo no Brasil, no mundo ou no futebol. Com a força do Palmeiras, a força da marca, acho que podemos ser exemplo. Não posso dizer que quando fui eleita, se houvesse machismo, eu não teria sido eleita. Eu tenho parceiros fantásticos dentro do clube que acreditaram na minha capacidade. Me deram a oportunidade. Isso é uma grande bandeira, um grande clube elegeu uma mulher. Nunca na história do Palmeiras tivemos duas vices que são mulheres. Aqui na Academia de Futebol, nós damos oportunidade para mais de 50 mulheres. Claro que eu venho de uma estrutura machista. Eu não posso ser incoerente. O problema não é o gênero, é a capacidade. Não posso dispensar homens competentes para colocar mulheres. Nas minhas empresas, a grande maioria é de mulheres. Não porque são mulheres, mas porque são competentes. É isso que posso fazer. A cada ano, estamos melhorando. Não dá para comparar o valor que se paga em direitos de transmissão, por exemplo, no futebol masculino e feminino. Sem investimento, você não consegue melhorar o quanto nós precisamos.
Manutenção de Abel Ferreira
– Sempre foi muito claro para o Abel o nosso desejo de que ele fique conosco o maior tempo possível. Eu acredito na continuidade do trabalho. Realmente, ano passado, todos nós estávamos esgotados. Foi um campeonato histórico e lindo. Aquilo ratificou que o projeto estava certo. Sempre foi um desejo nosso que ele permanecesse conosco, mas como estávamos todos cansados, esperamos. Saíram todos de férias, mas essa conversa já é anterior a esse ano. O que atrai muito o Abel é o nosso projeto. É a estrutura que nós temos, as pessoas que estão na Academia de Futebol. Trabalhamos muito para satisfazer todos os desejos da nossa comissão técnica. O Abel e o Palmeiras têm uma sintonia muito grande. Você tem de lutar para dar continuidade nisso. Não foi só o Mundial de 2025, tenho certeza de que ele ficaria pela estrutura, pelo trabalho, ele ficaria. Estou muito feliz.
Contratações
– Nós já trouxemos três reforços. Eu costumo dizer que as contratações são feitas sempre por solicitação do nosso departamento de futebol. Quando você fala em nomes de peso, o nome de peso para mim é os atletas que estão conosco, os atletas que são escolhidos pela nossa comissão técnica. O Palmeiras sempre estará atenta ao mercado. A presidente não contrata nenhum atleta. É com aval do nosso treinador, do diretor de futebol e da presidente. Pode ter certeza de que, o que for necessário, nós estaremos atentos ao mercado para contratar e para suprir essas carências.
– Como eu falei, nós temos algumas solicitações, pouquíssimas, do treinador, mas não urgentes. Não gosto de falar em qual posição estamos carentes porque nosso elenco é extremamente forte. São contratações extremamente pontuais que precisamos. Para não criar expectativa, estamos atentos ao mercado. Se vier alguma contratação, será pontual e assertiva. No meu primeiro ano de gestão, alguns jogadores não se adaptaram. Eu preciso ser mais assertiva. Para mim, o elenco está pronto.
Aumento do patrocínio
– Eu não falei do Corinthians, me perguntaram. Senão acham que eu espontaneamente falei. Eu nunca falo de nenhum clube porque tenho respeito pelas instituições e pelos torcedores. Às vezes eu sofro mais crítica do meu torcedor do que dos rivais. Eu tenho um profundo respeito. Em nenhum momento, quero ser desrespeitosa com qualquer instituição. O que eu falei eu ratifico aqui. Está comprovado esse valor? Depositam isso na conta? Estou falando de fatos. Muitas vezes, aparecem empresas aqui querendo patrocinar o Palmeiras oferecendo valores que, quando o Palmeiras faz uma verificação, essas empresas não têm capacidade econômica para arcar com os valores que estão no contrato. Não vou assinar o contrato pra ficar bonito. A nossa rivalidade é em campo. Eu não vou entrar nessa pilha. O Palmeiras vai continuar protagonista, vitorioso, dentro de campo. Essa é a minha responsabilidade. O que me interessa é o resultado em campo. Trabalhamos para sermos protagonistas e responsáveis dentro de campo. Não vou ser irresponsável de mostrar patrocinador que não tem capacidade de arcar com os valores. A Crefisa tem contrato até 31 de dezembro. O contrato vai ser honrado como sempre foi. Nossas empresas nunca atrasaram um dia. Durante esse ano, nós vamos fazer concorrência para que empresas venham apresentam propostas. O que me interessa é valor fixo, não variável. Aí vamos saber quanto que vale a camisa do Palmeiras. Esse valor que a Crefisa paga hoje foi fechado pelo presidente Galiotte. Não existe conflito de interesse, não está no código de ética da CBF. Há um contrato que precisa ser cumprido. A última vez que o Palmeiras rompeu um contrato de patrocínio, hoje eu tenho um processo judicial de mais de R$ 50 milhões. Precisamos ser responsáveis. Não estou aqui para aparecer com discurso bonito, para ser simpática. Estou aqui para ser competente, para administrar o Palmeiras de forma responsável. Eu tenho de cumprir o contrato. Uma coisa que dá força para o Palmeiras hoje é a credibilidade. O Palmeiras paga, em dia, os salários dos jogadores e os direitos de imagem. Como eu posso contratar, contratar e não pagar os funcionários em dia. Isso faz com que o Palmeiras seja um clube diferenciado.
Preço dos ingressos
– O futebol, apesar de ser popular, ele é elitizado a partir do momento que são investimentos altíssimos que você precisa fazer para ter um time competitivo. A folha de pagamento de um clube da grandeza do Palmeiras é de milhões. Esses valores precisam sair de algum lugar. Temos direitos de transmissão, patrocínio, venda de atletas, programas de sócio-torcedor. Para essa roda girar, é incompatível você ter um clube competitivo se você não tem de onde tirar os valores. Uma das fontes de renda de um clube é a venda de ingressos. Nós temos o programa Avanti, a cada dez que vão na nossa arena, nove são sócios-torcedores. O Palmeiras é um dos único que dá desconto de 100% em ingresso. O Plano Ouro dá R$ 45, R$ 50 por jogo. Eu não acho um valor caro. Eu não concordo quando dizem que os ingressos não são populares. O Palmeiras precisa ter arrecadação. Eu não acho que o programa de sócio-torcedor tem valores exorbitantes. A gente faz determinadas ações para o público mais necessitado abaixando os ingressos em determinados jogos do Palmeiras.
Futebol Feminino
– É importante, a Crefisa e a FAM tinha as propriedades do futebol feminino. Nós abrimos mão para que o Palmeiras conseguisse novos investimentos para o clube. É importante relembrar. O futebol feminino, a cada ano, vamos tentando melhorar. O grande problema do feminino é a questão de investimento. Não dá para comparar masculino com o feminino. O feminino não recebe nada. Por que o feminino não recebe nada? Precisamos de investimento para melhorar. Constantemente melhoramos. Estou constantemente em contato com o nosso diretor de futebol.
– A cada ano, nós temos melhorado as nossas instalações, reforçado o nosso elenco. Agora, são dezenas de atletas que estão vindo. Precisamos de mais investimentos, estamos em busca de patrocinadores. Sobre a Bia, estamos negociando. Há proposta de fora para a atleta, às vezes não depende do Palmeiras. Fazemos o máximo que podemos dentro do nosso orçamento. A gente está negociando porque tem propostas do exterior.
– A gente tem problema no masculino em questão de datas. Agora com a Arena Barueri, vamos levar as meninas para jogar lá também. Com a nossa administração, vai ficar muito bom. Essa é a questão. As nossas instalações em vinhedo são muito interessantes. Essa Academia não comporta. Às vezes as meninas vêm aqui. O Alberto (Simão) foi contratado pela gestão anterior. Eu não posso substituir um profissional só porque ele é homem. Ele é muito competente. Nós tivemos algumas denúncias infundadas, sem comprovação. Não posso ser injusta de afastar o profissional por fofocas. Ele é da minha confiança e está aqui por causa disso. Até hoje, ele tem tratado muito bem o nosso futebol feminino.
Contratação de Caio Paulista
– Eu tenho ótimo relacionamento com todos os presidentes de clubes. Com relação ao Caio Paulista, não houve problema nenhum. O Júlio Casares é um amigo. A questão do Caio é que ele estava no São Paulo e tinha uma cláusula de opção de compra. Até a data dessa cláusula, não fizemos contato. Quando o São Paulo não fez essa opção, o jogador ficou livre. A nossa comissão técnica tinha interesse pelo atleta, foi-nos oferecido o jogador. Foi dessa forma que ocorreu. O Palmeiras não fez nada irregular. É diferente quando o Palmeiras tem interesse em algum atleta que tem contrato com o clube, antes de qualquer aproximação, eu converso com o presidente e pergunto: “Vocês têm interesse em negociar”. “Não”, então nem começo.
Avião
– Eu fui criticada por causa da aeronave. O Palmeiras vai continuar utilizando. O Palmeiras não paga nada para utilizar a aeronave. Não está utilizando agora porque o avião está no departamento médico, está em manutenção. Assim que estiver de volta, o Palmeiras vai usar a aeronave. Enquanto eu for presidente, vou fazer o possível e o impossível para que os nossos atletas tenham o maior conforto possível.