Leivinha, 11/9/1949

Cabeça alviverde

 

Não se viu cabeceador melhor no Palmeiras de 1971 a 1975. Em 103 anos, também não. No Palestra e no Brasil. Desde o Linense, aos 15 anos, em 1965, até pintar no Canindé, para brilhar na Portuguesa, em 1966. Em dois anos já estava na Seleção. O Palmeiras investiu pesado em fevereiro de 1971 pela contratação do meia-atacante cobiçado por muitos clubes. Com faro de centroavante pela capacidade impressionante no cabeceio, pelo tiro colocado de pé direito, pela inteligência e leveza no drible.

Estreou no Paulista em 14 de março de 1971, goleando o Guarani, em Campinas, por 4 a 0, marcando o primeiro gol com apenas 18 minutos, e dando o passe para o quarto gol. Jogou como centroavante ao lado do armador técnico e de grande visão de jogo Hector Silva, uruguaio a quem sucederia com a camisa oito verde a partir de 1972. Na derrota para o Corinthians por 4 a 3, no Morumbi, na primeira bola, fez um golaço da intermediária. Na decisão do estadual de 1971, fez de cabeça o gol do empate contra o São Paulo, anulado pela arbitragem que viu mão onde só tinha cabeça. Armando Marques que meteu a mão pelo apito mais uma vez contra o Palmeiras.

Leivinha é o maior artilheiro palmeirense no Brasileiro (a partir de 1971), com 41 gols marcados. Muitos deles em fina parceria com César ou com Ronaldo (ou ainda Fedato, atacante que sempre vinha como talismã do banco com sua camisa 14). Leivinha também dava um pé a Dudu e Ademir na contenção na intermediária. Ele usou a inteligência para se adaptar rapidamente ao ritmo mais cadenciado da Segunda Academia de Ademir da Guia. Quando preciso, ele botava fogo pelas pontas com Edu e Nei, e botava para dentro das redes adversárias com os grandes centroavantes do período.

Autor do milésimo gol da Seleção, em 1973, em amistoso contra a Bolívia, no Maracanã. Uma lesão na primeira fase da Copa de 1974 o tirou do time. Em setembro de 1975, depois de brilhar mais uma vez na conquista do Ramón de Carranza, com golaço de pedalada (marca registrada) contra o Real Madrid, foi vendido por US$ 400 mil para o Atlético de Madri. Com Luís Pereira, foram campeão espanhóis em 1977. Voltou ao Brasil para o São Paulo, em 1979. Mas problemas com os joelhos encurtaram a carreira que começou muito cedo. Mas jamais será esquecida no Parque Antarctica, onde, por iniciativa da WTorre, tem cadeira perpétua no Allianz Parque, ao lado de imortais acadêmicos como Junqueira, Oberdan, Waldemar Fiúme, Djalma Santos, Julinho, Dudu, Ademir da Guia, Luís Pereira, César e o maior cabeceador do clube. Leivinha.

 

João Leiva Campos Filho

Novo Horizonte (SP), 11/9/1949

Meia-atacante

Palmeiras, de 1971 a 1975

263 jogos, 105 gols

2 Brasileiros (1972/1973)

2 Paulistas (1972, 1974)