Luxa chegou não chegando junto
"Pensei que os negos viriam na canela e não vieram, não?"
Depois da entrevista de apresentação, um muito bem humorado Wanderley Luxemburgo, com a sua camisa 5 com "V.Luxemburgo" nas costas (em homenagem à sua quinta gestão no clube), levantou-se da cadeira satisfeito por não se sentir apertado pela imprensa no primeiro contato oficial.
Alívio dele. Não necessariamente da torcida que corneta e vibra. Tanto quanto a crítica paga ou que faz gratuitamente a análise, na grande rede ou na pequena imprensa.
Luxa não abriu o jogo como gosta de ser em campo quanto a quem fica ou não no grupo para 2020. Só reiterou que prefere Felipe Melo na zaga. Mas vai conversar com ele. Desde quando abriu mão de Mancuso em 1996 (para ter volantes mais dinâmicos como Flávio Conceição e Amaral), prefere esse volante que não é FM. Mas que ainda pode ser.
Seguiu o treinador (que por mais de 4 anos e meio comandou o Palmeiras em quatro vezes) citando o DNA ofensivo dele, do Palmeiras e do Brasil. Falou que o nosso jogo é mais "empírico" e que não podemos criar "robôs" em campo. "Nós fazíamos coisas diferentes em campo. Nós ganhamos porque nós driblamos". Outro ponto para simpósio.
Enalteceu com muita razão o trabalho tático de Zagallo em 1970 e a trajetória de Telê no São Paulo. Esnobou "com todo o respeito" o trabalho árduo dos analistas de desempenho.
Disse que não gosta do termo "desafio" no Palmeiras. Prefere a expressão "possibilidade de um grande trabalho" no clube. Como foi em 1993-94. 1996. E 2008.
Não levou canelada. Tampouco respondeu acima da medalhinha.
Começou com o equilíbrio necessário a ele, ao presidente, à imprensa, à torcida.
Mas por ora é só jogo de palavras. Quem sabe jogo de cena.
Só ainda não é jogo. E tem muito pela frente.