Maioridade: Palmeiras 1 x 0 Chapecoense
Foi um parto o gol de Felipe Melo no último segundo dos acréscimos que pareciam maiores do que o jogo ruim. Como foi há 18 anos, quando às 20h38 nasceu meu caçula antes da hora. Operação de emergência para dar a luz à minha energia de vida.
Por isso não comentei o jogo sempre caro e emocionante com a Chapecoense desde 2016. Sempre duro e muitas vezes sem muita bola como o de 16 de outubro de 2019. Quando o Palmeiras espaçado e sem parcerias em campo não criou chance alguma na primeira etapa. Melhorou um pouco com Willian, com Henrique Dourado em campo e Deyverson fora dele, mas ainda assim só foi criar mesmo quando Gum levou o vermelho que eu daria amarelo.
E quando eu não dava mais bola para o empate que não era o presente que eu queria dar ao meu caçula (que era estar presente com ele para ver o primeiro jogo juntos desde a despedida do Zé Roberto, em 2017), Weverton não apenas faz a defesaça na melhor chance do jogo. Ele também correu atrás da bola que estava saindo pela lateral e de carrinho evitou que saísse. Como se fosse o Zé naquele gol que salvou no peito e na raça contra o Cruzeiro no BR-16.
Aquilo incendiou o time. E daria mais na frente a chance para que Dudu, pela enésima vez no jogo, pela zilionésima vez desde 2015, armasse o lance do gol de Felipe Melo. O que ainda deixa chance matemática de título. Mas não futebolística pelo que o Palmeiras não joga. Por tudo que joga o Flamengo.
Mas vai que a equipe se defende e se joga para evitar um lateral como Weverton. Vai que baixe o Baixola Dudu nos outros 9. Vai que o Palmeiras vira mais Palmeiras em 2019. Como esse mesmo elenco fez em 2018.
Pode ser nosso presente inesperado. Como naquele 16 de outubro de 2001 chegou meu Gabriel antes da hora. Um parto de risco. Mas que deu mais do que certo. Deu minha vida há 18 anos. Por quem dou todos os meus dias de alegria e esperança. Sempre achando que tem como correr atrás de uma bola perdida pela lateral. Tem como achar a vitória mesmo quando se está mal.
Porque a grande vitória mesmo é estar ao lado. Como ele esteve comigo no gol que pudemos celebrar juntos depois de dois anos de estádios e estúdios.
Parabéns, Gabriel, você agora é adulto. Obrigado, Palmeiras, por me fazer criança de novo ao lado do meu caçula na nossa casa.