Mão na cabeça, mão na bola, mãos ao alto
O lance de gol mal anulado de Leivinha no SP-71
SP-71. Jogo decisivo. São Paulo vencendo o Palmeiras por 1 a 0 no Morumbi. Governador da ditadura militar desde o início daquele ano, o presidente tricolor Laudo Natel (desde 1957) assistia aos jogos do São Paulo num banquinho ao lado do banco de reservas. Mussolini ficava na tribuna. O boníssimo Natel, cidadão cordato, preferia ficar perto do gramado.
Toninho Guerreiro abrira o placar aos 6 minutos. O empate era tricolor. O time de Oswaldo Brandão (que no final daquele ano voltaria ao Palestra para montar a Segunda Academia) lutava pelo bicampeonato paulista. O Palmeiras apertava. 22 do segundo tempo, Eurico levantou no meio da área para o maior cabeceador da história do Palmeiras. Leivinha usou os braços para ganhar mais impulsão (como fazia desde a Portuguesa) e empatou o jogo, mesmo tendo a camisa puxada pelo volante Edson (como mostra a foto).
1 a 1.
Mas havia um árbitro Armando. Marques invalidou o lance que o bandeirinha Dulcídio validara. Alegação: toque de mão de Leivinha.
Nem os jogadores do São Paulo entenderam. Ao final da partida, confusão entre alguns jogadores do Palmeiras, seguranças e torcedores rivais que invadiram o gramado. São Paulo bicampeão paulista. Palmeiras revoltado.
Leivinha só foi saber o motivo da anulação dois anos depois. No ESPÍRITO DE PORCO do NOSSO PALESTRA, na entrevista com nosso camisa 8, tem a explicação que Armando Marques deu a Leivinha, em amistoso do Brasil na Itália, em 1973.