Mauro Beting: ‘Dudu, obrigado por tudo! Parabéns por tanto Palmeiras’

Um brinde para quem sempre ergueu as nossas taças e o Nosso Palestra

Em uma metrópole que cogitou neste dia punir quem dá a mão a quem só tem uma na frente e outra atrás, tinha que partir quem, de madrugada, e até em em dia de jogo, como atleta, ajudava quem sobrevivia na rua ou em barracos e trapos debaixo de pontes e viadutos.

O seu Dudu.

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De Dudu e Ademir. Pulmão e coração e cérebro e alma das Academias. Tabelinha de 5 + 10 que por 12 anos jogaram pelos 110 de Palmeiras. Plugados em 220. Pilhados em 330. Prostrando rivais na graça do Divino, na raça do Dudu.

O que de costela quebrada seguiu por minutos em campo na final do Paulista de 1972. O que desmaiou na barreira depois de patada de Rivellino na decisão de 1974. O que em 1976 chorou quando o púbis não o deixou voltar a campo. O que num Dérbi não pôde se despedir em 1976 pelo clube que defendeu como raros não o ter inscrito naquele Paulistão em que estreou como técnico campeão. No melhor estadual do parceiro e Guia, Ademir da. Como Dudu doa. E doía sem chiar. Só reclamando dos árbitros e dos outros. Tão chato pra eles quanto leal para todos.

Humilde, nunca quis holofote. Solidário, iluminava com a sabedoria de quem já nasceu velhinho. Parceiro, só podia ser o coroa coroinha do Divino. Adivinho, sabia como marcar, desarmar e armar.

Dudu.

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Sexta estátua da alameda das Academias. A que mais jogou por outro rival. A que mais correu contra rivais desde que chegou da Morada do Sol para fazer do Palestra o seu lar.

Dudu, velho ídolo, um dos meus mais queridos amigos. Só não digo descanse em paz porque você nunca parou. Só digo obrigado por tudo que jogou. Parabéns por tudo que Palmeiras.

E valeu por incentivar o sobrinho Dorival a jogar bola. E, neste dia, treinar um Brasil que voltou a jogar bem e golear o Paraguai.

Nada ainda à altura da seleção e de alguém que a defendeu há 59 anos como Dudu. Que foi o 5 também do Palmeiras que foi o Brasil contra o Uruguai. Como você foi o palmeirense contra todos.

Desmaiando numa patada de Rivellino para voltar para a barreira na outra bola parada. Com coragem e caráter. Com doação e Dudu.

Velhinho, manda um beijo para o meu Babbo. E eu prometo que no próximo cafezinho da dona Maria Helena, vamos erguer um brinde para quem sempre ergueu as nossas taças e o Nosso Palestra.