Eu sou meio rústico como o Rony do meu amigo Teo José. Quando eu tenho que ir de cabeça nas bolas, eu dou uma pirueta que talvez não fosse a melhor solução. De vez em quando acerto. Nem sei como. Talvez nem ele.
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Quando é só dar um toquinho e sair pro abraço, eu mergulho de cabeça no chão e perco a chance imperdível. Como ele na protocolar (mais uma) vitória contra o Emelec do bicampeão da América que segue jogando o seu melhor futebol com Abel. Mesmo com reservas.
Maturidade coletiva explica. Mas também é essa insana e intensa entrega do Rony que supera limitações.
Ele não é e também é ao mesmo tempo o 9 desejado e necessário. Faz golaços como se fosse Evair e César. O primeiro em Guaiaquil foi belíssimo. Invertida treinada de Scarpa, tapa de categoria de Wesley, cabeçada espetacular de 9 do Rony que é 11, pode ser 7, e já foi até 2 no Palmeiras. Mas é mesmo 100 pela entrega. Ligado em 220.
Não tem atacante nestes trópicos que marque tanto quanto ele a saída de bola rival. Não tem quem corra atrás da pelota alheia como ele. Não tem quem por aqui possa fazer no mesmo jogo a pior e melhor jogada em campo. Perder o gol mais fácil e achar o mais difícil (OK: tem o Breno Lopes nos minutos finais em Libertadores…). Não tem quem me irrite ou torne irrito um ataque como ele. Do mesmo modo como no lance seguinte fará algo que nem ele sabe como dá certo.
Melhor: não tem quem acredite como Rony em cada sobra de bola. Ele não desiste. Insiste. Não tem lance e jogo perdido pra ele. E por isso tem cada lance achado que é mesmo um achado.
Como a vida, melhor não buscar explicação. Apenas curtir a fase palmeirense de um time de Abel que, como Rony, joga para silenciar cornetas. E nos deixar de cabeça para baixo como ele em tantas celebrações.
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