Mauro Beting: ‘Vexame é não saber que não é vergonha’

O título é do craque João Gabriel.

Já passei muita vergonha com coisas que fiz na vida. Já dei muitos vexames. Sobretudo os involuntários. Quando achei que estava bem e acabei mal. Que estava abafando e deu ruim.

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Isto posto, “vexame” e “vergonha” são conceitos subjetivos. Não têm regra ou jurisprudência. Cada um chame como quiser. E respeite quem discordar. Sem extrapolar no ataque e no contragolpe. E se houver excesso que saiba reconhecer o erro, como bem fez o amigo Noriega.

Perder a Copa de 1950 não foi vexame. Foi tristeza. Ganhar antes da hora foi o erro. Foi mais prepotência do que vergonha. Perder por 7 a 1 em 2014 é outra história. E pode ser usado o termo por não ter mesmo palavra para descrever a derrota – ainda que para uma tetra.

O Palmeiras não se classificar pela campanha ruim no SP-21 é péssimo. Mas os reservas de Abel estariam classificados em outros grupos. Teria mata-mata se houvesse bom senso no regulamento. Não é vexame. Ou vergonha.

De fato é inesperado para o atual campeão paulista (em agosto). E também campeão da América em janeiro, e da Copa do Brasil em março.

Inesperado e frustrante para o único campeão brasileiro que jogou quase metade do torneio de 2018 (14 vezes) com times alternativos em 38 jogos (com 12 que ainda estão no elenco). Inesperado para um Palmeiras que foi o único time da história do Brasileirão a atuar um campeonato inteiro sem 6 titulares que serviam a Seleção, na Copa de 1974.

Mas é compreensível sair antes para titulares que mal tiveram férias em 2021. Que jogaram mais do que todos os rivais do país. E que mal jogaram no SP-21: so contra o São Bento o Palmeiras começou o jogo com 4 titulares. Nas outras 8 partidas foram escalados para começar no máximo 3. Em média, apenas 2 por jogo.

Mais ainda normal se dar mal com jogos dia sim e quase que dia sim também. Se em 1999 o Palmeiras de Felipão também jogava direto e foi à final de dois campeonatos (e à semi de outro), agora o jovem time de Abel não engatou. Não engrenou. E não pode ser descarrilado por isso.

Se quiser chamar de vexame, pode. Cada um que assuma a sua “vergonha”. Um grande não chegar entre os 8 é péssimo em todos os sentidos. Mas mais “vergonhoso” é não sacar que nunca houve nada parecido desde que se adota essa fórmula esdrúxula no Paulistão.

E entender que vergonhoso mesmo é não compreender que nem todos os times alternativos se classificam contra equipes bem montadas em um torneio mal bolado.

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