Mauro Beting: ‘Vizinhos dos Sumarés’

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Rubão nasceu pé quente na não menos cálida Sertãozinho. Veio ao mundo em 1950. Ano Santo campeão paulista e da Taça Cidade de São Pão pelo Palmeiras. Classificando para mais uma Cidade conquistada em 1951. Classificado para ganhas a Copa Rio. E ganhando também o Rio-São Paulo de lambuja. Cinco canecos erguidos em seguida. Um brinde às Cinco Coroas.

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Em 1988 nasceu o caçula Christopher, em Divinópolis. Filho da fila. Em 1992, quando a Parmalat chegou ao Palmeiras para acabar com o jejum, o Rubão se separou da mãe do Christopher. Mas jamais do filho. O pai mora em Ribeirão Preto. O filho em Sumaré. Não o bairro vizinho do Palestra. Mas a cidade perto de Campinas.

“Vejo muito mais meu pai hoje a 230 km de distância do que antes. E vimos muito o Palmeiras em Ribeirão. Meu primeiro jogo em estádio teve gol do Tuta. Vimos um show do Barcos e do Maikon Leite em 2012. Assistimos a estreia em Itu na Série B, em 2013. Mas depois nunca mais deu certo de a gente ver o Palmeiras juntos em estádio”.

Mas jogo decisivo tem que que reunir todos os filhos e netos possíveis na casa do pai em Ribeirão. Como eles correram o interior atrás do Palmeiras. Em 1992 o Rubão se encantou com Roberto Carlos ainda no União, em Araras. Tanto que tomou tanta cerveja quente que quase ela o leva pro outro lado… Onde já estava o homenageado anos depois, em Itápolis. Os dois lembram que perdemos para o Oeste. Mas não esquecem mesmo o filho arrumando um cafezinho do outro lado da rua. Pro pai que não o bebeu. “Filho, larga isso aí. Esse café é do velório!”

Não tinha bar e nem padaria aberta em Itápolis. Mas sempre teve motivo para eles se reunirem em torno do Palmeiras. “Meu padrasto também é palmeirense. É o que temos em comum na nossa família”.

Faltava uma experiência. Ainda única. Eterna como essa paixão.

Quinta, feriado. Christopher levou o pai ao estádio do Palmeiras. A última vez dele tinha sírio em 1968. Rubão não lembra se foi treino ou se foi jogo. Mas lembra as chaminés da Matarazzo operando a todo vapor. Mesmo.

Ele tinha 18 anos. Agora, aos 72, estava de volta. Comprou cavalinho do Fantástico. Chapéu. Todo uniformizado. Mais menino do que há 54 anos.

Levou o primeiro gol. Contra. E foi levado com a torcida e com o melhor Palmeiras do século a virar goleada em sete minutos que o fizeram voltar 54 anos até 1968. Quando não tinha mulher. Filhos. Mas já tinha o que melhor passou ao Christopher. O que mais os une a 230 km de distância.

É o futebol. Melhor não há. Melhor: existe! É o nosso time. Seja qual for.

(Mas, entre nós, Rubão é meu Babbo: obrigado por serem quem somos).

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