Melim, uma noite de paz

De dois corações, um só se fez. Um que vale mais que dois ou três. Violão mansinho, vozes tranquilas, amáveis, sossegadas. Acordes que acalmam o coração, reconstroem paz, alimentam o que temos e somos de bom. Olhos fechados, brisa nos ombros, pensamentos em carrossel, quase um cordel encantado.

A gente sempre volta pra lá. Outono e ventania.

Tempestades que vão, que vem, que são mal ou que vem pra bem. Me perdi em você, nas suas cores. Tem jeito, não. Por mais que a gente esconda sorrateiramente a tristeza nos maus dias com olhos de raiva, eu era apenas eu antes de seguir os teus sinais. Você era você, tão especial, mas eu, criança, vi que era amor quando te achei em mim.

E volto. Sempre voltamos. Presente de todos os natais que a vida trouxe. Nos perdemos em você, por você, com você. Verso e poesia. Paulista e paulistano. Filme e pipoca. Meu pão e a padaria pra comemorar seu sucesso na noite que passou, para adoçar a manhã amarga quando tiver dado errado.

A gente brigou, mas..

Mal lembro dessas manhãs ruins. Uma aqui, outra acolá. O amor é safado. Pilantra. Quase canalha. Mas ele é forte demais para se abalar numa tarde traiçoeira. Cá estamos, felizes, uma vez mais. Coração com esperanças renovadas, música no fone de ouvido, sorriso no rosto e contando as horas pro próximo encontro.

Afinal, de dois corações, o Palmeiras se fez.