Menino Maluquinho
Algumas vezes eu faria com a bola o mesmo que faz o Menino Maluquinho. Ou não faria, tipo o Borja no primeiro tempo. Talvez por não ter nada na cabeça como ele (acima da minha, dentro da dele), eu realmente me identifico com o Deyverson. Sou tão desajeitado como ele pra pular no grupo de jogadores e cair do outro lado. Só não seria tão bom de cabeça quanto ele – quando é pra cabecear. Talvez eu e a humanidade sejamos melhores de cabeça do que ele. Mas até por isso as presepadas e inconsequências dele nos fazem passar a mão na cabeça desparafusada demais mais do que o recomendável. Ele é uma bomba-relógio. Mais bomba que relógio, porque não tem hora pra explodir ou implodir. Ou só explode mesmo a qualquer hora. Usualmente quando não deve e não pode. Ele é um risco em campo. Sempre. Uma temeridade. Mas quando a fase é boa (embora sempre tenha quem de verde desdenhe e quem da tribuna de imprensa nem desenhando o cotovelo lesionado entende), um astral como o dele pode fazer a gente explodir mais do que o recomendável. O Deyverson não se compreende. Mas o carisma dele anda compensando. E isso não tem e nem exige explicação para quem é.