Nacionalidade não determina vitória. Futebol, sim. San Lorenzo 1 x 0 Palmeiras

Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

Quem me acompanha nas redes sociais sabe o que eu penso desse San Lorenzo que pertence ao grupo do Palmeiras na Copa Libertadores da América. O Palmeiras perdeu para um dos piores times da primeira divisão do futebol argentino na atualidade. Entre os 26 times, o San Lorenzo é o 22º. Em 12 jogos no ano, havia vencido dois. Contra os piores times da mesma divisão nesse ano, nenhum êxito. Para mim, não adianta dizer que são argentinos e por isso os jogos sempre serão difíceis para os brasileiros. Nacionalidade não indica nível de dificuldade: a memória do torcedor que acredita nisso anda fraca.

MEMÓRIA FRACA? PALMEIRAS X BOCA JUNIORS 2018 E GRÊMIO X LANÚS 2017

No ano passado, o Palmeiras enfrentou o Boca Juniors quatro vezes na Copa Libertadores da América. Não falta camisa, tradição, dinheiro e força ao time que atravessava uma fase ruim no primeiro semestre de 2018. Na época comandando por Roger Machado, o Palmeiras foi até a temida Bombonera e venceu por 2 a 0. Nem ligou para a nacionalidade dos atletas adversários ou onde o GPS marcava o estádio. Time melhor? Fase melhor? Vitória na conta. Ainda na primeira fase, no Allianz Parque, não venceu por uma falha defensiva no último lance. Na semifinal, o reencontro foi diante de um Boca com reforços e em melhor fase. O resultado todos já sabem, mas é bom lembrar que o jogo acontecia no mesmo lugar diante de um elenco também argentino. Nacionalidade não ganha jogo. Futebol ganha. E o Boca jogou mais futebol. E em 2017, quando o Grêmio conquistou o título da Libertadores vencendo duas vezes o Lanús, sacramentando a conquista em solo argentino, hein? Nacionalidade não pesou nem um pouco na final da competição.

CRUZEIRO E ATHLETICO 2019 MOSTRAM QUE NACIONALIDADE NÃO GANHA JOGO

Já falamos em Boca Juniors antes e vamos falar de novo. O atual terceiro colocado do campeonato argentino enfrentou o Athletico na Arena da Baixada minutos depois da derrota palmeirense para o atual 21º colocado do mesmo campeonato. Brasileiros 3 x 0 Argentinos, ironicamente com três gols do argentino Marco Rúben. O CAP jogou bola e venceu, sem pensar na tradição dos argentinos na competição. Nacionalidade não determinou vitória. Só uma coisa fez isso acontecer: futebol. E o Cruzeiro? Enfrentou o Huracán, que encerra o campeonato argentino na parte de cima da tabela, mesmo que longe das primeiras posições, e venceu em Buenos Aires por 1 a 0. Novamente, nacionalidade não venceu o jogo. Foi futebol. Exatamente o que faltou para o Palmeiras, uma das melhores equipes do futebol brasileiro, diante do San Lorenzo, uma das piores equipes do futebol argentino.

RESULTADO CONTRA O SAN LORENZO FOI RUIM PARA O PALMEIRAS.

Diante de alguns exemplos muito recentes, fica evidente que o argumento "argentinos sempre são perigosos" é raso. Um time com os resultados e a força do Palmeiras não pode desperdiçar três pontos contra um time com os resultados e a força do San Lorenzo. Quem fala que "são 11 contra 11 e por isso tudo pode acontecer" está certo, entretanto também é preciso lembrar que os 11 de um lado são os mesmos que estão obtendo péssimos resultados em jogos de campeonato com mesmo tamanho de gramado e tempo de jogo, assim como os outros 11 estão obtendo bons resultados em jogos com mesmo tempo e campo. O clima da Libertadores só favorece equipes ruins se o adversário permitir. E o Palmeiras permitiu. Não foi o clima de Libertadores, não foi a nacionalidade do adversário e nem mesmo o campo de jogo. O Palmeiras perdeu para o fraco San Lorenzo porque faltou futebol.