Não é obrigação

Brasileirão não é obrigação nem para o maior vencedor dele desde Taça Brasil e Robertão. Não é obrigação para quem mais investiu para ser campeão – que o São Paulo gastou mais do que o Palmeiras este ano. Não é obrigação para nenhuma equipe no mais equilibrado e nivelado (por baixo) campeonato nacional dos grandes países campeões mundiais.
Nem a frustração da eliminação na Libertadores para o maior finalista do torneio pode ser maior do que já é. Como não foi em muitos anos perdidos. Em 1973, o Palmeiras foi eliminado na fase de grupos pelo Botafogo em jogo-extra polêmico e acabou bicampeão brasileiro. Em 1979, caiu na primeira fase com Telê, que desde então montou time excelente que o levou à Seleção.
O Palmeiras só voltou a Libertadores em 1994. E foi bicampeão brasileiro depois de se perder em planejamento bizarro antes de jogo contra o São Paulo de Telê. Em 1995 quase devolveu heroicamente uma goleada para o Grêmio de Felipão, que aceleraria a formação do time espetacular do SP-96.
Em 99 foi campeão. Em 2000, vice, e ainda teve bom segundo semestre mesmo perdendo a primeira pro Boca. Em 2001 caiu na semifinal e liderou boa parte do BR-01 depois.
Em 2005 e 2006 foi longe demais na Libertadores. Em 2009 parou nas quartas e quase bateu campeão brasileiro com elenco limitado. Mas ainda melhor que o fraco de 2013 que caiu antes mas não atrapalhou a campanha até o final do ano.
Em 2016 o Palmeiras caiu cedo na Libertadores para ser campeão brasileiro no final do ano. Em 2017 também não passou das oitavas e foi vice brasileiro. Em 2018 poderia ter ido além na Libertadores. Como deverá seguir no BR-18.
Não tem zica de abutre, gavião, urubu e outros bichos de rapina e focas e dinossauros de tribunas para agourar o Palmeiras. Ele não é obrigado a ganhar o BR. Mas é o favorito. Precisa descansar corpo e mente. E desencanar de quem quer vê-lo entrar pelo cano.