Não foi: Corinthians 2 x 0 Palmeiras, SP-18
Por 1min23s nas contas do Premiere o Corinthians ficou com a bola no final do primeiro tempo. Trocando os lances de um lado a outro sem muita objetividade como estava sendo o jogo amarrado e aborrecido. Até que a centelha de talento deu o ar da graça. A movimentação de Rodriguinho, o talento para driblar Borja e Antonio Carlos, e a conclusão mudaram o Derby. O Corinthians fez 1 a 0. E depois faria o segundo no segundo pênalti a favor do time que jogou melhor e mereceu ganhar o clássico que recuperou o Corinthians que vinha mal, e o Palmeiras que perdeu a primeira no SP-18.
Derby é como pizza. Até quando é ruim é bom. Era assim até o golaço do Rodriguinho, aos 39 do fraco primeiro tempo. Primeira jogada muito bonita do Corinthians, de pé em pé até o corte seco de Rodriguinho em dois rivais, e o canhotaço cruzado, indefensável para Jailson. Um gol para se guardar em um jogo que pareceu um zero a zero com gol até o lance que valem o espetáculo e a história.
Carille fez o que se esperava há tempos. Mudou taticamente a equipe para um 4-4-2, mas com Jadson e Rodriguinho avançados. Romero e Clayson ora secretariando os laterais ora tentando atacar no primeiro tempo anêmico. Só a falta de Jadson e o golaço de Rodriguinho como chances do mandante.
Roger esperou o Corinthians que não veio, mas também pouco criou. Duas das três chances palmeirenses começaram em poucos botes ofensivos que geraram contragolpes. Mas ideias e criações não se viram com Lucas Lima e Dudu. Fora muitos lançamentos de Felipe Melo, e pouco futebol – como nos dois empates anteriores. Teve até lances bizarros, como a bolada de Romero em Dudu que ricocheteou no paraguaio e saiu pela linha lateral.
Na segunda etapa, Gustavo Scarpa entrou para tentar armar pela direita no lugar de Willian. O Palmeiras marcou mais à frente, tentou jogar mais, o Corinthians naturalmente recuou, até Jailson levantar demais a perna numa saída com Rene Júnior, aos 13. O lance seguiu até Henrique desperdiçar a finalização. Então, talvez alertado pelo quarto árbitro (embora ele diga que não), e também pelo sangramento do volante corintiano (o que não é usual, mas pode ser usado espertamente para dar a convicção que ele não tinha é só três corintianos reclamaram em campo), Raphael Claus marcou corretamente (embora com atraso de 23 segundos) o pênalti. E também corretamente, por uma entrada com uso de força excessiva, expulsou Jailson.
Pênalti que Jadson bateu muito mal, à direita de Prass (que foi bem na cobrança, substituindo o ausente Lucas Lima). Roger manteve Borja que apanhava da bola mas ao menos corria, ele tentou conter o Corinthians no 4-4-1. Mas só chegaria mais uma vez à meta de Cássio. Quando já estava 2 a 0 (em pênalti desnecessário de Dudu em Rodriguinho, é convertido por Clayson, aos 38). Quando o Corinthians nem precisou fazer muito mais para se recuperar em um jogo que vale muito mais do que os três pontos. Dá também a ideia para Carille como armar a equipe agora: Romero e Alex Teixeira pelos lados, Rodriguinho e Jadson à frente, e até a alternativa de Maycon na lateral que pode ser de Sidcley. Mais um 4-4-2 que o 4-2-3-1 e o 4-1-4-1 usuais.
Do lado do Palmeiras, ainda fazem falta Edu Dracena e Diogo Barbosa pelo lado esquerdo da zaga, Moisés como opção no meio, Gustavo Scarpa ser mais efetivo e também mais utilizado, Lucas Lima e Dudu jogarem o que sabem, e Borja mostrar algo mais do que a vontade que tem demonstrado.
PS: Revendo lance reclamado pelos palmeirenses: era possível sim dar o cartão vermelho a Fagner, pela solada que não atingiu Lucas Lima, aos 25 minutos. Pelo critério usado por Claus, também poderia ser vermelho. Mas, talvez por não ter atingido tão feio como foi a de Jailson, o árbitro entendeu como calço “temerário”.
E também tinha como marcar o pênalti que não vi de Felipe Melo em Fagner, sem bola, ainda no primeiro tempo.