Não para, Zé
Neste domingo, a partir das 9h30, terei a honra tripla na despedida do Zé pelo Palmeiras de todos os tempos x Amigos dele: assistir a ele e a todos em campo. Ser o mestre de cerimônia da despedida ao lado de Fernando Gallupo. Comentar o jogo pela TNT. O Zé Roberto para amanhã. Mas para gente como ele, o aplauso não para. Um cara que jogou pra gente aos 40 como se nós e ele fôssemos crianças. Um vovô-garoto que nos tratou como netos e não tretou com ninguém.
O Zé pendura amanhã as chuteiras que perdurou sem perder força e luz. Poderia pendurar como dois outros ex-Portuguesa de história no Palmeiras. Há 52 anos, quando deixou a camisa sete perpetuada como melhor ponta do clube, Julinho Botelho deixou o gramado do Palestra descalço. Com a chuteira desamarrada por Djalma Santos nos últimos chutes contra o Náutico. Deu a volta olímpica assim. Uma chuteira jogou pra torcida. A outra está com a querida família Botelho.
Julinho, outro exemplo de saber e suor, graça e raça, humildade e respeito, deixou o futebol para entrar na história descalço.
Torço para que Zé tenha hoje as chuteiras da humildade desamarradas no gramado do Allianz Parque. Para que ele possa pisar pela última vez como atleta. Para que a gente sinta pela última vez quem honrou cada passo e cada palmo do campo do Palmeiras.
O Zé. Um palmeirense depois dos 40 anos. Como se fosse do berço.
Pra sempre, Zé.
Obrigado por tudo.
Quando eu crescer, quero ser um jovem como você.