Não sou nenhum porco supersticioso

Não sou supersticioso. Esse negócio de superstição dá mais azar do que perder o Moisés por cinco meses, o futebol do Tchê Tchê desde a lesão, e perder o Willian, o Mina, o Dudu e o Jailson na decisão da Libertadores.

Mas eu sou supersticioso com a superstição dos outros. Durante anos de fila na década de 80 a minha mãe teve de ficar passando várias vezes na frente da TV só porque uma vez contra o São Bento saiu um gol. E ela ainda teve de ouvir do meu irmão que ela “não estava passando direito”! Como se hoje o Cuca não estivesse mais vestindo a calça vinho correta.

Se as meias brancas dão certo em jogos decisivos do Palmeiras, como não as usar? Se nos pênaltis deu certo pro Cuca se ajoelhar em 2013 pelo Galo, por que não agora? Qual o problema? Zagallo ganhou a vida assim. Mas, como o Velho Lobo, nosso treinador também sabe muito. Só que também erra. Ou não acerta. Ou as coisas não fluem. Com calça vinho, meia branca, e atacando no segundo tempo para o Gol Sul, dá sorte! Quando fazemos nosso plano inclinado até empatar, virar ou simplesmente vencer os jogos. Como o Moisés + Dudu fizeram tudo no gol contra o Barcelona.

Mas ainda assim não rolou… É a fase.  Não falta de planejamento.  Ou planejamento errado.  Ele dá errado.  Simples assim.

Sou supersticioso com a superstição dos outros. Eu não tenho. Mas, se alguém tem, que faça. Como o Cecchini na Libertadores de 1999 teve que ir todo jogo a Campos do Jordão para o Palmeiras ser campeão. Agora não deu. E nem seria o caso. Com o caos que virou, com o time que não se agrupa e nem se fecha, com a equipe que não cria e nem se aproxima, talvez se os adversários viajassem pra lá teríamos alguma chance.

Nunca fomos ou falamos que somos o Real Madrid das Américas em 2017. Mas não podemos jogar algumas vezes como um Osasuna das Perdizes. É pouca bola para tamanho investimento. Ainda que tenha muito problema de toda ordem e desordem, é pouco. Não porco.

Deu errado. Mesmo fazendo certo muitas vezes.