Netos do vento: Palmeiras 2 x 0 Alianza Lima

Resultado justo que poderia ser ainda maior. Como o preço do ingresso que é injusto para a realidade brasileira e que deixa espaços vazios num estádio que precisa de mais gente contra o Boca. Nem a chuva e as manifestações justificam o preço e os pouco mais de 30 mil presentes que poderiam ser muitos mais.

Não se faz futebol sem dinheiro. Mas não se faz nada sem gente. Não adianta nadar em dinheiro com espaços sem ninguém. Um pouco menos de preço não tem valor para o tanto de gente que queria ir e não pôde por falta de dinheiro e sobra de apetite.

Tem como fazer alguns ingressos mais baratos no Allianz. Até 4 mil mais populares. E não mais de milhares impopulares com as medidas contra o bolso da torcida. O Palmeiras precisa de gente e da sua gente. Tem como baratear alguns lugares. Tem como levar mais gente pra dentro.

Para ter mais público e um pouco menos de dinheiro vale o investimento. Palmeiras não perderia renda. Deixaria de ganhar e receberia apoio que não tem preço.

Quanto ao jogo caríssimo…

Keno escapou pela ponta-esquerda no primeiro ataque do segundo tempo, foi ao fundo tocando e rabiscand e bateu pra área como se fosse o Euller de 1999. O goleiro Prieto se atrapalhou com a bola como se fosse um goleiro peruano desde o Império Inca e Borja, que muitas vezes também faz o mesmo, fez o nono gol dele em 13 jogos em 2018. O Borja que eu não escalaria em Itaquera e…

Não foi só com o colombiano que eu queimei a língua. Entendia que era mais um jogo contra o frágil rival peruano para Edu Dracena ganhar minutos e ritmo. Para ir conquistando um lugar que é dele ao lado do cada vez melhor Antonio Carlos – talvez a melhor surpresa do Palmeiras em 2018. Edu não jogou. Thiago Martins teve a felicidade de aproveitar o rebote na trave do cabeceio do companheiro de zaga na cobrança de Dudu para abrir o placar, aos 10.

Mais um para quebrar a minha cara em uma equipe que não está mais quebrando a bola. Alguns passes e inversões de jogo muito bonitas foram dadas na primeira etapa de 10 chances verdes contra apenas uma chegada do Alianza. Também pelo relaxo natural do excesso de jogos. E da partida duríssima do próximo domingo.

Depois do gol de oportunismo de Borja, o Palmeiras empilhou mais duas chegadas perigosas. Foram 15 ao todo. Muitas em lances bem bolados em treinos. O Alianza criou quatro depois. Mas não merecia melhor sorte. Roger foi sacando titulares como corretamente poupou Marcos Rocha, Bruno Henrique e Willian. Não tinha como apostar em Victor Luís até porque Diogo Barbosa foi muito bem. Moisés precisava jogar 90 minutos que não jogava desde novembro. E mostrou ser ótima opção para a decisão do Paulista quando Felipe Melo fará falta pela bola que joga e pela defesa que organiza.

Justa vitória do Palmeiras de Keno que vai ao fundo e faz gols como Euller, o Filho do Vento da Famiglia Scolari que conquistou a América em 1999.

Vale a lembrança.

Não é forçar barra e nem polêmica. Nem cantar vitória. É só um jeito de contar história. Sem distorcer e criar fatos.