No fio do Bigode: goodwill é o nosso Willian
“No fio do bigode” é expressão tão antiga quanto vitória do Palestra. No dia dos 18 anos do pênalti do Marcos, os meninos de verde que ainda não tinham nascido em 2000 ganharam um Mundial na casa do Real Madrid pela manhã, horário oficial da capital do país onde quem tem mais títulos nacionais é o Palmeiras. À noite, no estádio do atual tricampeão da América, o mesmo time que há uma semana perdia mais uma e parecia perder a cabeça e pedir a do treinador ganhou do Grêmio na melhor atuação palmeirense desde 2016.
Quando Roger tinha acabado de deixar o Grêmio. Quando Willian ainda nem tinha acertado com o Palmeiras. E como acertamos com Willian. O artilheiro que no “fio do bigode” firmou de boca onde jogou. Cumpriu a palavra empenhada. Com muito empenho jogando por dentro ou por fora do ataque e com pouca palavra ofensiva jogada fora. Falando pela bola e não pela boca. Doando sem doer. Calado calando críticas. Calado aceitando cobranças e a reserva. Calado nos fazendo gritar de emoção no belo primeiro gol que ganhou de Dudu. No belo segundo gol que recebeu de Hyoran na Arena tricolor.
Willian é no fio do bigode. Não precisa escrever, assinar e atestar no cartório. É só confiar. É só tocar pra ele. Ê só ver como ele se toca no jogo. Como troca de função. Como é tocante o empenho e desempenho. Como vale ter no elenco um cara que agrega. Como pede ter no time um atacante que marca tanto os gols quanto os rivais. Como pode um atleta fazer muito sem se desfazer de ninguém.
O Palmeiras-18 não precisa apenas de Willian em campo. Precisa do espírito dele em todos os campos. Humildade e trabalho. Resiliência e resistência. Versatilidade e objetividade.
O Palmeiras precisa saber que tem momentos em que as coisas não rolam. É preciso ralar. Nessas horas é que aparecem não só os que podem dar mais. Mas os que doam demais. Os Willians. Os que têm vontade. Boas intenções. “Goodwill”. Em inglês, “boa vontade”; em palmeirês, “Willian”