Nome aos bons e bois da Marquês

“Boi, boi, boi, boi do Maranhão, Viola artilheiro, Evair campeão”. Gritávamos assim no SP-94, quando o Palmeiras foi bicampeão paulista, coroando a melhor saída de fila da história de um colosso depois de 16 anos de jejum.

O são-paulino bem acostumado pelas conquistas não se enxerga com um time que não se encontra por causa de uma direção que se acha e, por tabela, e caindo pelas tabelas, se perde. A soberba soberana cobra as contas penduradas no poste como nomes históricos tricolores agora ganham rimas paupérrimas – como o futebolixo do time eliminado impiedosamente na primeira eliminatória da Libertadores.

O Palmeiras aprendeu com muitos acertos do outro lado do muro da Academia. Não pode se lascar como Aidar descasando bananas e mandando outras para o Palmeiras que ele dizia se “apequenar” em 2014. Temos que seguir acertando aprendendo o que deu certo lá e não dá mais. Com o que aprendemos a fazer aqui.

Muito do que o São Paulo está sofrendo pastamos por anos depois das vacas gordas da Parmalat. Importante cartola tricolor diz que o São Paulo dos últimos anos é uma “escola de fazer mal feito”. Parecia o Palmeiras. Não parece o São Paulo.

Eles precisam se reconstruir. Com a humildade que nunca foi marca do grupo juvenalizado e, agora, apenas juvenil. Nós que também voltamos a ser Palmeiras aprendendo o que eles ensinaram, não podemos por osmose nos perder como eles na jactância e no jeitinho.

Eles estão cornetas como somos e pistolas como ficamos. Mas vamos desarmar espíritos – em todos os campos. Evitar o já-perdeu nocivo como o já-ganhou perigoso.

Um tuiteiro que já me bloqueou e que se perca pelo nome e imaturidade defende desde janeiro a troca de 80% do elenco decampeão em dezembro. Oitenta! Diz ele que pensou o mesmo no enea no raciocínio (SIC) 8 ou 80 de quem vive no 0-800 mental. Quando 10 dos 35 que entraram em campo no BR-16 também deram volta olímpica no BR-18. E ele fala sério. Bosteja seus coliformes mentais com a convicção bovina que cantávamos em 1994.

E com outras rimas, também: “boi, boi, boi, boi do Ceará, Palmeiras campeão, apesar do Mustafá”. Era assim que sabíamos que a Parmalat montava vias lácteas que nem os contursisionismos mentais de Mustafá conseguiam atrapalhar.

Agora são discutíveis os gols perdidos do goleador Borja (e desde 2017). Os muitos euros investidos em Carlos Eduardo. A nem sempre muita disposição de Lucas Lima. Dispensas de alguns jovens campeoníssimos na base. Contratação de alguns nomes para compor o elenco campeão – e também campeão pela quantidade e qualidade do grupo.

Mas o que não se pode discutir é que muito do que sofre o tricolor hoje nós já passamos e superamos. Não copiemos isso também.