Nós sonhamos com o Palmeiras ofensivo de quase sempre

(Foto: Cesar Greco/Agência Palmeiras/Divulgação)

O Palmeiras está no caminho certo. O caminho certo é o que leva ao gol adversário. Não é o que só prioriza o sistema defensivo. O caminho certo é o mesmo que Ademir percorreu com elegância. Que Edmundo invadiu com velocidade. Que Evair tocou com classe. O caminho para as vitórias não é necessariamente a retranca. Mano Menezes, Fábio Carille, Abel Braga e tantos outros estão pagando seus pecados. Quem ganhou foi quem jogou.

Sorte imensa do futebol brasileiro. E do Palmeiras.

O caminho de Jorge Sampaoli pode ser o Palmeiras. O argentino fez no Santos o que a torcida queria: um grupo atacante, corajoso, ofensivo. Mesmo sem grande qualidade e dinheiro. Sampaoli sabe respeitar a tradição do clube e também seu modo de ver o jogo. Fez o Chile ser campeão da Copa América pela primeira vez. Sem valores como os outros, sem favoritismo como Brasil e Argentina, sem protagonismo antes de a bola rolar. Sampaoli pode representar uma enorme mudança no alviverde. Se vier.

O caminho que queremos é o que levou Alex até a rede do River. Arce e Júnior chegando. Cafu e Roberto Carlos – em tempos diferentes – apoiando. É Leivinha encontrando. César marcando. A estrada palmeirense passa por Heitor, Chinesinho e Julinho. Segue por Zinho, Sampaio e Dudu. O Palmeiras é o atacante driblando. Não é só o zagueiro chutando para frente. É construção, não pontapé. É passe. É a saída de muitos trastes que não correm em campo o que gritamos fora dele. É evoluir e nunca retroceder.

Jorge não fala português. Nunca se esforçou para aprender nosso idioma. E, mesmo assim, sabe se comunicar muito melhor com a torcida e com a imprensa do que a maioria esmagadora dos técnicos brasileiros. Jorge tem filosofia muito mais nacional do que tantos que enxergam mais os três pontos do que as cinco estrelas no peito. Nosso futebol não é o que tem sido. Merecemos mais. Sampaoli é mais. Maior do que eles.

O caminho palmeirense em 2019 foi de estrada esburacada e semáforos fechados. O sinal verde não abriu. A luz amarela brilhou mais do que a vermelha. Significa atenção.

Não é tarde para tirarem da cabeça de certos dirigentes essa ideia errada de que o Palmeiras tem de jogar como time pequeno para ganhar. Não só o Palmeiras. O Corinthians, o São Paulo, o Cruzeiro, o Internacional…

Nem todos os caminhos levam ao brilho nos olhos.

O semáforo abriu. Sinal verde.

Feliz é o time que tem a esperança como cor.