NP na Copa | Lições do Catar: Mais vale um craque na mão do que dois voando
Por ter sido inevitável a saída de Scarpa é que, agora que é evitável com Dudu, tudo ou quase tudo tem de ser feito para evitar outra perda
A Copa do Mundo é, por princípio, um reduto de craques. O campeonato dos melhores, dos notáveis. Existem, entretanto, aqueles que se destacam ainda mais. Entre os mais brilhantes, a estrela deles brilha vivaz. São aqueles que decidem os jogos da maior competição esportiva do planeta.
Em alguns casos pode parecer pequeno, como em uma simples vitória para avançar de fase. Mas, para um país que não via isso há 20 anos, não há pequenez nenhuma. Pelo contrário. A vitória de Senegal, que saiu da cabeça de Koulibaly, é uma das provas que craques estão lá para isso. Para decidir.
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O Palmeiras também tem artilharia aérea decisiva, é verdade. A temporada 2022 foi a maior prova disso. Mas, zagueiros artilheiros à parte, Mané faz falta aos Leões como Dudu faria ao Alviverde. Embora o time de Abel Ferreira seja mais nivelado, o protagonismo do Baixola só foi ofuscado pela brilhante temporada de Gustavo Scarpa.
A saída desse, sim, não é mais mera possibilidade. Acertado com o Nottingham Forrest, o meia espera o fim da Copa do Mundo para estrear pelo time inglês. Pode-se dizer que, nesse caso, pouco poderia ser feito. A vontade de partir e explorar o Velho Continente era maior que qualquer proposta para ficar.
Para Dudu, não. O desejo é permanecer, mas ele quer ter seus desejos aceitos. Justamente por ter sido inevitável a saída de Scarpa é que, agora que é evitável, tudo ou quase tudo tem de ser feito para evitar outra perda. Não custa muito… E, mesmo que custe. Vale.
Mais do que pagar qualquer coisa pela renovação, é preciso ter a capacidade de negociar, convencer, ceder e, enfim, se acertar. Porque perder Dudu não significa se desfazer de um bom jogador, que terá reposição fácil no mercado. Significa perder o jogador mais identificado com o clube nos últimos oito anos. Em campo, o melhor em pelos menos cinco.
Se a Argentina perdesse Messi, talvez já estivesse eliminada. Ninguém ali estaria para arrematar rasteiro e furar o bloqueio mexicano que durava pra lá de 60 minutos. Tal qual nos Estados Unidos – o país do soccer, popularizado por Atuesta. Pulisic pode não ser o LeBron James do futebol como brinca-se por aí, mas é o craque dessa geração americana que tem um minimo de intimidade com a redonda.
Cristiano Ronaldo em Portugal, Mbappé na França, Enner Valencia no Equador e assim por diante. Se todas essas seleções tivessem de renovar com esses jogadores para mantê-los no plantel, elas o fariam sem hesitar. O Palmeieas não só hesita, como aflige o torcedor. Renova com todos, menos com um.
Com todo respeito, mas ninguém quer saber da renovação do Rabiot, do André Silva, do Marcos Acuña, enquanto a mais importante não for feita. Ou o Palmeiras aprende a valorizar quem tanto fez, ou, como já deixou claro Dudu, daqui a pouco tanto faz.
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