O espírito e o esporro do craque

Há exatos 19 anos, o campeão da América em 1998 era favorito para eliminar o Palmeiras em São Januário. Mas quem se classificou para as quartas da Libertadores-99 foi o time desse camisa 10 que Felipão cogitou deixar no banco. Como em 1998 pensara emprestar para o Botafogo – no segundo semestre em que ele seria o craque do time na conquista da Mercosul-98.

Mas nem assim reconheciam o talento e a cabeça privilegiada em todos os sentidos de Alex. Mesmo convocado para a Seleção de Luxemburgo, teimavam em achar pelo em bola, pedra bruta em diamante pronto.

Nesses 4 a 2 em São Januário, Alex fez um dos mais lindos gols da história do clube, em tabela sensacional com Paulo Nunes, correndo com a bola quase 70 metros para marcar um golaço. O da virada de 2 a 1. Ele faria também o terceiro, o do desempate. De sola. Como se pisando em quem o criticava além da conta.

A imagem da foto é a do gol da virada de Alex. Dele e do Palmeiras de Felipão. Até então um time inconstante. Desgastado. E sem a confiança que a torcida também não tinha tanto em Alex.

A celebração para a câmera mostrou tudo que Alex poderia fazer com a bola. Tudo que ele já fazia e não era reconhecido. Antecipando o recital do 10 na semifinal contra o River Plate no Palestra. O muito que também criou nas quartas contra o Corinthians, e na decisão contra o Deportivo Cali.

Alex não se conformava. E mostrou nesta terra onde se plantando dá Palmeiras e na tela global a alma que sobrou como um dos maiores de nossa história.

Aquela vontade de jogar muito e de se jogar demais que muitos alviverdes em 2017 não entenderam. Aquilo que em 2018 ainda esperamos ver que te queremos verde.

Não exijo um camisa 10 como Alex. Seria pedir demais. Mas esse espírito eu exijo de todas as camisas do Palmeiras na Libertadores-18. E esse esporro não é pedir demais.