O jogo da nossa vida

A bola parou por 130 dias. Nunca ficamos tanto tempo sem você, Palmeiras. Ou melhor: sem nós mesmos, Palestra.

Quando voltou, em seis jogos, três partidas terão sido a maior delas. Contra o maior e mais antigo rival. O que levou 53 anos para nos superar nos Derbys.

Ainda que 1974 não tenha como superar. Ainda que 1993 não tenha como superar.
Ainda que 1933 é difícil igualar.

Ainda que o Paulistão já não seja o mesmo, o Derby é e será sempre Nós x Eles. Eles x Nós.

Não é guerra. É garra. Gana. "Grinta" que é na Itália do Palestra "garra".

É ganhar na grama. É superar a grana. É vencer na gama de sentimentos de Oberdan a Ademir da Guia, de Luís Pereira a Evair, dos Césares Maluco e Sampaio, do Marcos a cada momento marcante do clássico que não precisa disputar São Paulo, o Brasil e a América para ser o que é.

É o clássico que atravessa a cidade nas estações do metrô. O confronto que passa por todos os tempos. Os templos. Os campos. A nossa vida.

Vale o SP-20. Cem anos da Pazza Gioia quando o Palestra evitou o penta do Paulistano. Cem anos da primeira conquista do maior campeão do Brasil. Cem anos do primeiro título do Campeão do Século XX nos rankings da FPF, PLACAR, FOLHA e ESTADÃO.

É Derby. Há 103 anos. É Palestra há 105. É Palmeiras há 78 anos. É a minha vida há 53 anos. É a sua vida pra sempre.

Que seja a dos que estão conosco.