O jogo vira

Paulão, professor de Sociologia do meu caçula, cantou a bola na véspera do Derby: “vai ser 1 a 0 Corinthians. Anote aí. Gol aos 45 do segundo tempo do Danilo Avelar. Um dos piores laterais que já vi”. Danilo Avelar não é tudo isso. Ou nada disso que fala o Paulão que acertou quase tudo que o Palmeiras errou – e o Timão só acertou aquele chute. Não é mau jogador. Mas não está bem. No clássico, quando Dudu foi jogar em cima dele, possível dizer que não ganhou nenhum duelo. Perdeu todos. Mas a bola que sobrou ele fez o gol de mais uma vitória corintiana no Allianz Parque. Mais um bom placar com gol importante de lateral-esquerdo corintiano na casa rival. Mais um daqueles jogos que não têm explicação.
Ou tem. É futebol. Ponto. É Derby. Mais do que três pontos. É um clássico onde o jogador de quem menos se esperava algo entra pra história fazendo o gol e “mais nada”. Onde o favorito dono da casa campeão brasileiro em melhor fase com mais time mais elenco mais treinador mais dinheiro e planejamento e perspectiva mandou mais bolas pra fora do que Danilo Avelar em todos os jogos anteriores.
Sem vírgula. Sem ponto. Sem explicação. Ou com a melhor delas: aproveite o momento.
Mas entenda que tudo pode mudar. Virar o jogo. Você que virou chacota pode virar a história. Você que acabou de fazê-la pode a refazer. Não tem vitória e nem derrota definitiva. Tem jogo. Muito jogo pela frente. E ninguém merece ser tão chicoteado quanto vinha sendo Avelar. Nem os campeões de ontem merecem tantas criticas pelo tanto de gol perdido como o clássico.
Parabéns, Danilo Avelar, por hoje. Parabéns, Palmeiras, até ontem.
É do jogo da vida. Bola pra frente. (E, Paulão, me manda os números da mega).