O Palmeiras precisa voltar a jogar o Dérbi pensando no palmeirense

Foto: Cesar Greco/ Ag. Palmeiras

Não é um jogo normal. Não se minimiza derrota nesse jogo. Não é jogo pra se esconder em rede social. Não é jogo pra tirar o pé porque já está classificado. Não é jogo pra mas.

Não tem mas.

O que mais irritou o torcedor palmeirense nas últimas derrotas do clube para o seu maior inimigo, não foram nem os fracassos em si, mas sim a falta de hombridade e identidade demonstrada por alguns atletas dentro de campo.

O soco no gramado. A bronca no colega que errou e precisa ficar mais atento. O grito de atenção antes de um escanteio bobo na sua área. A cobrança de estar os 90 e tantos minutos ligado nos 220.

A reciprocidade com quem está atrás da tela torcendo deveria ser rotina. Mas não é.

O goleiro que falha e nem sequer pede desculpa. O capitão que ama aparecer nas horas boas também some. O diretor de futebol que nem vai para o jogo. A patrocinadora que só é apenas uma patrocinadora nos momentos ruins. Já nas glórias, não sai da mídia ostentando o seu ‘amor’ pelo clube.

O presidente, ah o presidente. Transparência não é o seu forte. Não seria agora que ele iria dar as caras. Trouxe mais um técnico como escudo para não precisar aparecer justamente nessas horas.

Dentro de suas bolhas, eles não lêem, não se interessam pela história da camisa que vestem. Nem sabem o quanto está em jogo quando é eles do outro lado.

Quantos atletas do elenco alviverde será que sabiam que em caso de derrota ontem em Itaquera, o Palmeiras seria ultrapassado pelo rival nos números dos confrontos entre as duas equipes, após 60 anos?

Se o presidente do clube não faz questão de tentar passar para os seus empregados o quanto esse jogo é importante para o torcedor, a gente tenta fazer a nossa parte com o mínimo de voz que a gente tem dentro de um clube que possui milhões de torcedores espalhados por todo o Brasil.

Está na hora de menos arrogância. Menos modernidade. Menos estrutura de time europeu. E mais foco no que realmente importa. É preciso aprender desde o dia que se pisa na Academia de Futebol, de que o Dérbi vale mais que qualquer campeonato.

A tal falada obsessão pela Libertadores, deveria vir anos luz depois do duelo diante do maior rival. Até porque as últimas cinco temporadas mostram o peso que a vitória e a derrota nesse duelo trazem para as Alamedas.

Hoje, na cidade de São Paulo, o amigo da rua de baixo que está com as contas atrasadas e sofrendo até pra pagar a sua conta de luz, está rindo à toa da cara do coleguinha da rua de cima que tem chuveiro quente e chuteira de marca.