O que Luiz Adriano pode agregar ao Palmeiras
Luiz Adriano é um centroavante bem diferente daqueles com os quais o torcedor palmeirense se acostumou a ver. Deyverson e Borja são meros finalizadores. De um modo geral, não oferecem ao time um auxílio com bola no chão para a construção das jogadas. É difícil puxar pela memória quantas vezes Deyverson ou Borja dominaram uma bola e partiram para cima da marcação com êxito, pois quase sempre o sucesso de suas participações envolve apenas um toque na bola, dentro da área, direto para o gol. Não é assim com Luiz Adriano.
O atacante de 32 anos acumula em 2019, por exemplo, sete gols e seis assistências em 30 partidas disputadas. Já no ano passado, foram 15 gols e oito assistências em 38 jogos. É partipativo na construção: quando foi necessário, o novo centroavante alviverde participou de vários contra-ataques nos quais não corria apenas para receber a bola na área, mas era ele quem carregava em velocidade enquanto outros companheiros se posicionavam para finalização. Isso quando não optava por uma conclusão de fora da área, algo que nenhum dos dois atuais centroavantes oferecem a Felipão.
Com 1,84 de altura, Luiz Adriano pode fazer as casquinhas que Deyverson sabe fazer, assim como tem velocidade suficiente para realizar as diagonais curtas (Roger Machado gostava de falar assim) que caracterizam o futebol de Miguel Borja. Justamente por poder fazer o que cada um deles tem de melhor e ainda agregar na construção de jogadas, o novo atacante do Palmeiras permite que a equipe jogue com dois atacantes, como Felipão já sinalizou ser possível com a sua chegada.
Luiz Adriano pode não ter o impacto midiático de Gignac ou Balotelli, mas pode ser a peça que faltava ao ataque do Palmeiras para fugir da previsibilidade ofensiva e trazer mais técnica para a posição da camisa 9 alviverde, ainda que tenha sido apresentado com a camisa 10.