Obsessão é Palmeiras
Libertadores não é obsessão, palmeirense. Por mais que a gente cante, é mais um torneio pra todos que querem o que fomos em 1999. Alguns já foram mais. Outros foram depois. Alguns ainda não são. Mas deverão ser. Outros que foram não deverão mais ser. Nem aqui e nem com Once Caldas ou 22 craques. Nem lá e nem na China – embora seja provável que um dia os chineses ainda comprem toda a América e façam a Libeltadoles da Amélica.
Libertadores é mais um torneio. Ponto final. Três pontos. Pênaltis. São Marcos. Zapata. Marcelinho. Prass!
Em 1961, a primeira vez, perdemos a final pro Peñarol, que foi bi. Em 1968, a segunda, fomos vices do Estudiantes, que seria tri. Em 1970 não pudemos jogar – os brasileiros não participaram. Em 1971 caímos pro Artime – Lei do Ex. Em 1973 pro Armando Marques, campo sem lei. Em 1974 jogamos inteira com time misto – o Palmeiras era a base do Brasil na Copa do Mundo. Em 1979 o time do Telê ainda não era o timaço do Telê. Em 1994 outro ex (Zetti) catou tudo e a diretoria inventou de viajar pro Japão – como em 1968 preferiu vender o mando da finalíssima… Em 1995 caímos em pé fazendo história diante de Felipão. Em 1999 ficamos de joelhos como o time dele nas mãos santas. Em 2000 perdemos o bi nos pênaltis, mas Marcão defendeu O Pênalti. Em 2001 fomos Rubaldos Aquinos na semifinal. Em 2005 e 2006, ainda que possamos reclamar do árbitro no último ano, pesou um rival que faz com a gente o que fazemos com o maior rival. Em 2009, de novo, o Nacional nos tirou o que o chutaço de Cleiton Xavier no Chile nos havia colocado contra o Colo-Colo. Em 2013, um time B foi demais naquele Porcoembu de Libertad perdida numa noite de Tijuana.
Em 2016, caímos num grupo complicado, trocamos de treinador, e não nos encontramos. De velho um Nacional que sempre nos apavora. Mesmo que em 1951 a gente tenha limpado os zumbis do Maracanazo, sempre tem um celeste apagando nossas estrelas.
Em 2017, um gol no fim no Equador e os pênaltis perdidos para o Barcelona que não é aquele. E nem nós fomos aqueles que diziam que éramos o Real Madrid das Américas. E somos mesmo o Palmeiras do Brasil. O maior campeão nacional do país mais vezes campeão mundial.
Hora de começar a reescrever essa história. Sem obsessão, ainda que com um time mais confiável do que nos últimos anos. E com potencial para iniciar melhor essa história do que o campeão de 1999.
Por isso confio. Tem muito time que pode ser campeão em 2018 na melhor Libertadores dos últimos anos. Como também tinha em 1999. O Palmeiras não era favorito nem no grupo. Acabou atrás do Corinthians numa chave com Olimpia e Cerro Porteño. Eliminou o campeão da Libertadores-98 na casa dele – Vasco. Canonizou Marcos contra o Corinthians. Atravessou o River. E calou a América contra o Deportivo.
Só pedreira. Só o Palmeiras.
Libertadores não é obsessão. O Palmeiras é.