Opinião: Com elenco curto, base deveria ser melhor aproveitada no Palmeiras em 2022
Embora falta de opções no plantel seja culpa da diretoria, Abel resiste a alternativas que estão dentro do clube
O Palmeiras tem um dos menores elencos da Série A e a intensa sequência de jogos começa a expor os problemas desse planejamento. Apesar de estar classificado de forma antecipada na Libertadores, o time largou mal no Brasileirão e somou apenas seis pontos nas cinco primeiras rodadas.
Em comparação com candidatos ao título do campeonato como Flamengo, Atlético-MG e Corinthians, o Verdão é o único com menos de 30 jogadores no plantel profissional, com 25. Não bastasse isso, o time não conta com Luan e Jailson, ambos lesionados. O zagueiro está em fase final de recuperação, porém o volante sofreu grave contusão recentemente e não tem previsão de retorno.
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É fato que, além desses atletas, Abel Ferreira tem jovens das categorias de base como opção no banco de reservas. Entretanto, até o momento, eles pouco tem contribuído para o time por opção do treinador. Giovani, por exemplo, foi relacionado para os últimos oito jogos e não entrou em campo uma vez sequer.
Ainda que seja compreensível o gradual processo de adaptação ao profissional, é difícil entender porque o ponta não ganha minutos. A promessa do Verdão teve grande atuação contra o Guarani pelo Paulistão, sendo eleito melhor da partida, mas depois somou apenas 69 minutos com a camisa do time.
Mesmo em cenários favoráveis, como nas goleadas sobre o Independiente Petrolero, ele foi preterido a Wesley e Breno Lopes, que nem sempre tem correspondido em campo. O mesmo vale para Fabinho, que poderia ser alternativa a Jailson, mas ficou na sombra de Atuesta, que vive péssima fase desde que chegou ao Palmeiras.
No duelo contra o Fluminense, Jorge deixou claro mais uma vez que não tem desempenhado o suficiente para substituir Piquerez. Por que, então, não testar Vanderlan? O lateral da base foi seguro quando atuou pelo time principal e tem participações acima da média no Sub-20.
A geração palmeirense, aliás, é repleta de jogadores promissores e, não à toa, conquistou a Copa São Paulo com certa tranquilidade. Em outras equipes, destaques de campeonatos de base ganharam oportunidades no profissional, tal qual Pablo Maia, no São Paulo, e Lázaro, no Flamengo.
É necessário ponderar que são contextos diferentes. Ainda assim, ambos também enfrentam concorrência de jogadores experientes e, por mérito, tem atuado pelas respectivas equipes. No Palmeiras, por enquanto, não parece haver justificativa plausível para o subaproveitamento da base.
Em que pese a metodologia de trabalho de Abel, cautelosa na integração dos “miúdos” à equipe, o excesso de resistência a isso pode pesar nesta temporada. É necessário olhar para dentro do clube, como ele mesmo citou em outras ocasiões.
A diretoria deve buscar reforços na janela de inverno, mas negligenciar alternativas durante este período e insistir em peças que não entregam o suficiente irá prejudicar parte do ano esportivo palmeirense.
A discussão não precisa descer ao raso debate se Abel gosta ou não da base. O importante é perceber que, sim, neste momento lhe falta coragem para dar tempo de jogo a jovens talentosos, que já demonstram que merecem essa chance.
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