Opinião: Dérbi é um jogo em que a única obrigação que se tem é a de ganhar

Assim que o (fraco) juiz apitou o final da partida entre Oeste e Palmeiras ontem, na Arena Barueri, o pensamento de todos do clube e torcida se voltou para apenas um objetivo: agora é Dérbi.

E nada mais importa.

Ao assistir o programa Linha de Passe da Espn, o qual gosto bastante, vi um assunto interessante sendo discutido na mesa.

Segundo o jornalista Celso Unzelte, pelo qual tenho uma admiração e respeito muito grande, o Palmeiras está devendo para a sua torcida uma goleada em cima do seu maior rival.

Pelo elenco mais caro, pela manutenção dos principais destaques do Decacampeonato Brasileiro. E também, claro, pela nebulosa final do Paulista de 2018.

Poderia até concordar com o Celso. Mas não consigo.

A história prova que em Palmeiras e Corinthians, nunca nenhum clube tem a obrigação de golear o seu maior rival.

A torcida do Palmeiras também não está necessitada de nada. Ela quer apenas a vitória no sábado. Seja por meio a zero, 1 a 0 ou o placar que for.

Em diversos dérbis, quem tinha o amplo favoritismo acabou se dando mal. E entrar de salto alto nesse jogo é um dos maiores pecados que existem.

Não dá pra se cobrar espetáculo, muito menos goleada em uma quinta rodada de Paulistão. Onde nenhum dos dois times estão prontos, tanto taticamente quanto fisicamente.

Em 2000 na Libertadores, em 2015 na semifinal do Paulista em Itaquera. 2018 no Allianz Parque. 2011 e 2013 no Pacaembu. 74 e o Zum Zum Zum.

São diversos exemplos de como esse jogo nunca tem favorito.

É claro que pelo momento e por jogar em casa, o Palmeiras tem uma responsabilidade maior no jogo deste sábado.

Mas duvido muito que a equipe de Felipão consiga um placar elástico pra cima do time de Carille.

Muito difícil.

E acho que a torcida não cobrará nada além de uma vitória. Que pode conturbar ainda mais a tabela e o ambiente do seu maior rival.

Mas um empate também não seria nenhum desastre. Ainda mais por que Carille sabe como ninguém trancar o seu time contra adversários melhores tecnicamente.

Em 2005, o rico e poderoso Corinthians de Kia Joorabichian goleou o Palmeiras do bom e barato Mustafá?

Em 2011, o Palmeiras de Felipão vinha de cinco vitórias consecutivas no Paulistão. Já o Corinthians de uma eliminação vexatória para o Tolima. Uma vitória verde no Pacaembu praticamente derrubaria o técnico Tite. O Palmeiras amassou, mas quem saiu vitorioso foi o alvinegro. O final todos já sabem.

E em 2013? Com o Palmeiras na Série B e o alvinegro atual campeão mundial, houve goleada no único confronto entre os dois? A disparidade era gigantesca.

Muito pelo contrário.

O Corinthians de Alexandre Pato, Paulinho, Sheik, Guerrero e Renato Augusto suou para empatar com o Palmeiras de Vinícius, Caio Mancha, Weldinho e cia.

É preciso respeitar a história.

Esse jogo apenas se vence.

Não se cobra nada além disso.

Assim como disse Mauro Beting no final da noite de ontem no + 90, grande programa comandado por Alex Muller no Space, "em dérbi, não há favorito".