Opinião: Temporada ‘acabar’ em outubro é reflexo da péssima gestão do rico Palmeiras

Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

2019 não poderia ter começado melhor para o torcedor palmeirense. O time que iniciou a temporada como atual campeão brasileiro, manteve seus dois principais nomes da temporada (Dudu e Bruno Henrique) e trouxe alguns reforços pontuais para agregar no seu já numeroso elenco.

Luiz Felipe Scolari também ficou.

Tudo indicava que enfim o clube terminaria a temporada com o mesmo treinador. Algo que não acontece desde 2013.

O Campeonato Paulista foi sonolento e apenas a primeira mostra do que estava por vir. Com pouquíssimas boas atuações, o Verdão foi eliminado pelo São Paulo dentro do Allianz Parque na semifinal, e mais uma vez ficou sem a taça que não vem desde 2008.

Na fase de grupos da Libertadores, o time até conseguiu bons resultados, mas os frágeis Melgar e Junior Barranquilla não eram o parâmetro que o time precisava. Diante do San Lorenzo, única equipe com tradição na chave, derrota em Buenos Aires e vitória sofrida no Allianz.

Uma melhor campanha enganosa, assim como a classificação nas oitavas de final, que poderia ter ido pro ralo já em Mendoza, quando Weverton pegou o pênalti que transformaria o primeiro tempo em 3 a 1 para o Godoy Cruz.

A eliminação contra o Grêmio foi o estopim para que a diretoria fritasse Scolari, que já extremamente desgastado, não conseguia mais fazer o time do Palmeiras render o que dele esperava.

Chegou Mano Menezes.

O início foi animador. Mas a primeira derrota do técnico diante de um Santos avassalador e com muito mais fome, acabou de vez com o ano palmeirense.

A culpa é mais uma vez de quem está no banco?

Ou de quem gastou R$ 26 milhões em uma promessa que não deu certo nem no Goiás?

Contratos cada vez mais longos com atletas que já possuem uma certa idade vão inflando o elenco e tirando a oportunidade de jovens que poderiam chegar com mais disposição e energia.

Felipe Melo ganhou mais dois anos de brinde, enquanto Ramires chegou sem jogar há mais de 2 anos com um contrato de quatro temporadas.

Uma hora a bomba vai estourar.

É nítido que esse elenco precisa de uma reformulação. A tão falada transição da base para o profissional precisa sair do papel.

Que a irresponsabilidade com a caneta na mão seja penalizada.

Não é possível que o clube vá manter uma folha salarial tão alta que não se reflete em qualidade dentro de campo.

E que, em 2020, o clube da ‘patrocinadora’ que adora aparecer na hora de apresentar um jogador, concentre-se em perceber que a sua glória nunca veio da ganância, da soberba e do desprezo.

Identidade não se conquista como uma vaga no conselho.