Opinião | Quando todo mundo erra, nós não podemos errar ao sermos omissos

Abel, Leila e Barros têm de assumir as culpas que cabem a cada um. Ninguém acima do Palmeiras, nem hoje, nem ontem, nem nunca

Em todos pós derrota, das mais leves às mais doloridas, existem duas fronteiras para o palmeirense decidir qual caminho vai seguir: ou a crítica feroz e inegociável, ou o apoio irrestrito que se nega a enxerga o erro óbvio. No meio desses extremos, há um caminho, que apesar de pouco habitado, é o mais saudável, ao menos na minha opinião.

Hoje, 18h37, meia hora desde a derrota para o líder Botafogo, que agora tem 8 pontos na frente do nosso time, me vejo na absoluta obrigação de um posicionamento claro, quase desenhado, e por escrito. Abel, que merece elogios pelo todo, errou com gravidade neste jogo e ele é o resultado de erros que tem se repetido em outras oportunidades – menos destacáveis por conta de viradas belíssimas.

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Abel tem uma lista de positividades sobre si, mas a insistência com Bruno Tabata, que não tem futebol para resolver problemas de um gigantesco Palmeiras, os olhos fechados para alguns nomes que oferecem apenas o regular, por exemplo, culminam em um segundo tempo no qual ele não tem como impedir uma derrota.

Leila Pereira e Anderson Barros, que acertam ao manter grande parte do elenco, que acertam em oferecem uma estrutura de excelência ao clube, erram grosseiramente ao não suprirem a saída de um fenômeno, como Danilo. Erram grosseiramente ao chegarem em junho com dois reforços, sendo que o resto dos competidores foram à caça do até então melhor do país.

Para ser o melhor, é preciso melhorar em relação ao seu próprio padrão. A acomodação e os olhos fechados precedem dias ruins, e apontar dedos para isso enquanto é tempo – já não há tanto tempo assim, é um gesto de amor. Não é sobre se vendar sobre os problemas numa atitude platônica e assassina, nem de rebeldia burra, que só xinga e não pensa.

Estamos num momento chato, de uso ostensivo dos nomes mais confiáveis, que atravessam fases não tão boas, de um banco de reservas basicamente composto por jovens oscilantes, normal da idade, e experientes que já provaram-se nada úteis para fazerem a diferença, eles só fazem número, preenchimento, papéis de coadjuvantes. Precisamos de mais protagonistas.

Abel, Leila e Barros têm de assumir as culpas que cabem a cada um. Ninguém acima do Palmeiras, nem hoje, nem ontem, nem nunca.