Os erros que levaram Cuca ao fim de mais um ciclo no Palmeiras
Cuca retornou ao Palmeiras com a sensação de continuidade. Foi o primeiro erro. Já em sua entrevista de apresentação dava dicas de como seria o time sob seu comando na segunda passagem. E indicava uma equipe parecida taticamente com a que venceu o Campeonato Brasileiro de 2016.
Lamentou, por exemplo, a lesão e consequente ausência de Moisés. E sempre que pôde usou esse argumento para justificar um resultado inesperado ou alguma dificuldade de evolução do trabalho. Ou seja, colocou em Moisés uma responsabilidade que era dele Cuca: dar equilíbrio ao time dentro de campo.
Também na chegada, ao lamentar não ter Moisés à disposição, deu a entender que Felipe Melo não jogaria com ele. Se referiu ao volante como “substituto de Moisés” ao comentar as contratações. Falava, evidentemente, das funções táticas de cada um e ficou claro que não tinha pretensão de dar moral ao experiente jogador. Não vou nem citar a discussão de treino no caso Melo x Omar e explosão das diferenças pós eliminação na Copa do Brasil.
Fatores que, somados às eliminações na, Libertadores, Copa do Brasil e a irregularidade no Campeonato Brasileiro, contribuíram também para que o trabalho não vingasse.
Difícil ainda entender o não aproveitamento adequado de contratações como Guerra e Borja. Os dois melhores jogadores do ano passado na América são reservas de um time que não engrenou e não tem, em meados de outubro, 11 titulares.
Cuca andou confidenciando a interlocutores que não teria contratado Borja e que preferia um atacante brasileiro para substituir Gabriel Jesus. Insistiu na contratação de Deyverson. Humilde, simpático, cheio de carisma, Deyvgol não emplacou. Cuca acreditou demais no seu próprio trabalho e, de certa forma, ignorou o planejamento da diretoria ao não aproveitar adequadamente todas as peças contratadas e que sempre estiveram à disposição.
Tecnicamente, claro, muitos jogadores não estão rendendo. Tudo, no fim, cai na conta do técnico.