Os irmãos de Francisco
Isco, numa quarta-feira de abril de 2018, o seu xará de apelido ganhou do Bayern em Munique pela semifinal da Champions. Ele jogava muito. Mas naquela noite na Alemanha ele não foi bem. Saiu no intervalo. O substituto dele foi melhor e fez o gol da virada para o Real Madrid. O maior campeão da Europa. Como o seu time é o maior vencedor no Brasil.
Naquela tarde quando o jogo passou no Brasil na TV em que seu pai brilha mais do que trabalha, você ainda estava na UTI. Em observação depois de um parto complicado. Mas menos complexo pelo amor da mãe Jô e do seus seis irmãos. Fé que o levou a ler agora este texto que escrevo horas depois da vitória sobre o Boca na Bombonera. A maior derrota pelo saldo sofrida pelos donos da casa para um clube estrangeiro em Libertadores.
Apesar de jornalista metido, não sei o futuro. E, muitas vezes, como tal, desconheço o passado – ou invento outro. Mas quando se tem o berço que você tem, a fé que a família carrega, fica tudo menos difícil. A história que vocês fizeram é tão linda como o amor que une o seu pai e o pai dos meus filhos. O Palmeiras que nos levou ao jornalismo. O ofício que nos fez colegas e amigos. Mas é provável que seríamos assim pela arquibancada. Pelo amendoim, limão, pizza, tremoço, Turiaçu, Caraíbas, Palestra, Allianz Parque. Pelo Borja e pelo Evair. Pelo Verdão. Amor de Palestra para Palneiras. De Alex para Francisco.
O pau que dá em Xicus é o pai que dá pra José Francisco todo o amor nos primeiros dias de perder o ar. Jamais a esperança. Aquela que nosso colega de rádio, Bandeirantes e paixão Guilherme Cimatti bem definiu: “feliz é o time que tem a esperança como cor”.
Felizes somos nós que desta vez sabemos o futuro daqui de 2018: Isco, você é um vencedor. Como nosso time. Como a amizade.
Quando você estiver lendo este texto, saiba que a maior torcida em 2018 não foi só pelo nosso time. Foi para você. Para a sua família.