Os jornalistas são todos da imprensinha de…?

Rodrigo Caio tem falado muitos fatos reais. Com o destemor de quem tem coragem para assumir a bronca em um mundinho tacanho e hipócrita como o do futebol.

Quando agora ele fala que “muitas vezes pessoas (da imprensa) só falam bem do Corinthians” ele não chega a estar tão distante da “verdade” – sempre escrita entre aspas porque “verdade”, de verdade, é mentira; é apenas a versão dos fatos sob a ótica de alguém.

De fato, Rodrigo, o Corinthians, assim como o Flamengo, é o time com mais torcida, mais gente, mais ibope, mais mídia, mais cliques, mais curtidas, mais compartilhadas, mais views, quase sempre mais clientes, parceiros, fornecedores, poder, dinheiro, força, mais tudo.

Mas não é tudo. Nem são todos “corintianos” como você disse – e sabe que não somos. Ainda os que não são, como você, achem que todos somos, como eu. Mesmo assumidamente não sendo, ainda sou muito mais cornetado pela torcida do meu clube do que pela do “time da imprensa”. Faz parte. Não poucos reclamam do clubismo de jornalistas que não são torcedores do nosso time e exigem que os nossos sejam clubistas como os deles.

Vai entender.

Eu até compreendo. Mas sou obrigado por prazer de ofício. Ninguém precisa entender de jornalismo fora dele. E, cada vez mais, nem mesmo de futebol – até mesmo dentro dele.

Não faz parte. Mas é o que é.

De fato, na dúvida, na bola dividida, quem gera mais negócio tem mais boa vontade da mídia. Paulista, carioca, brasileira, espanhola, venusiana. É assim. Não deveria. Mas é. Como, na política, se toma partido – literalmente – de algo. Mesmo que a redação seja mais à esquerda, a chefia é mais à direita. Pensando e falando como Rodrigo Caio. E o resultado é mais pró-patrão que o padrão de isenção, Independência e objetividade deveria nortear.

No futebol, é quase isso. O São Paulo pode ter mais jornalistas torcendo por ele. Mas as manchetes são mais corintianas. O apelo e as apeladas são mais alvinegras.

Rodrigo Caio não deixa de ter razão. Mas não pode generalizar. Ninguém pode. É feio. Como alguém celebrar como fez o Gabriel no Morumbi. Mas isso e outro tema. Embora o mote se pareça.

(A foto é montagem propositadamente tosca a respeito de algumas tosquices

feita por um amigo. Coloquei em minhas redes sociais e as reações negativas dos torcedores do meu clube mostram o quanto estamos nos perdendo. E, principalmente, o humor e o respeito.

Não sou humorista. Sou apenas bem humorado. Algo que parece ser crime hoje em dia)