Palmeiras 1 x 2 Grêmio
Bastaria eu escrever Grêmio. Já estaria tudo escrito. Mas era o campeão brasileiro do outro lado. No Pacaembu onde o Tricolor nunca havia vencido o Palmeiras desde 1940 e só poderia vencer para chegar à semifinal da Libertadores. Onde Felipão só soube ganhar desde que voltou para treinar a melhor defesa de 2019. Verdão que foi melhor no Sul na grande vitória com golaço de Scarpa. E teve mais oportunidades na primeira etapa maluca e sensacional na partida de volta. Mas como nos 5 minutos maledettos de Benedetto em 2018 na Bombonera, em 4min11s o Tricolor imortal matou o sonho real paulista. Depois de Luiz Adriano abrir o placar em bola cruzada aos 13, o Grêmio empatou numa bola parada de Everton (na rara desatenção de Marcos Rocha), definida com extrema categoria aos 17, e virou de modo histórico aos 21. Em mais um grande lance de Cebolinha cortando tudo e todos por dentro, passando no meio de quatro rivais, com Alisson aproveitando o rebote de Weverton. Mais nenhuma chance teve o Grêmio na primeira etapa em que aproveitou a permissividade do ótimo e experiente Nestor Pitana para se jogar em campo. E, na segunda etapa, não deixar o mandante jogar bola na típica catimba sul-americana. O Palmeiras acabou sendo bisonho ofensivamente como Deyverson que entrou para se livrar da bola no comando de ataque no lugar do apagado Willian, com Luiz Adriano desambientado aberto pela direita, Dudu opaco por dentro, e Scarpa se perdendo pela esquerda. As mexidas de Felipão não deram certo. As de Renato, sim. Pepê entrou muito bem no lugar do nulo André. Depois da lesão de Maicon aos 30, Rômulo ajudou por baixo e pelo alto a fechar a área com o ótimo Matheus Henrique, protegendo a zaga e o goleiro que quase tudo errou na primeira etapa, mas acabou sendo salvo pela trave, ou por gol incrível perdido por Willian no final do primeiro tempo. Foi a última chance do Palmeiras na partida. Inexplicável. E ainda não havia acontecido com Felipão passar um tempo todo sem chance de gol. Também pela irretocável marcação gremista. Nem os sempre perigosos arremessos laterais de Marcos Rocha aconteceram no segundo tempo em que o Grêmio teve duas chances e jogou e se jogou com inteligência numa etapa medíocre. Só que irrepreensível para a equipe tricolor como foi Everton com a bola nos pés. Como é o Grêmio que debulha em mata-mata. Três vezes seguidas semifinalista desde 2017 em Libertadores e Copa do Brasil. Tricolor que, especialmente em Libertadores, não basta apenas respeitar sua história desde que Renato conquistou a América em 1983. É pra admirar a capacidade de gremiar em qualquer campo. Em qualquer momento. Renato ainda pode ser mais uma vez campeão. Cada vez mais armando um time como ele. Vencedor. Peleador. Abusado. Objetivo. Tipo o Grêmio. Tipo o que o Palmeiras, mesmo duas vezes campeão brasileiro, não consegue ser em mata-mata desde 2015.