Palmeiras 3 x 0 Ceará: cinco minutos pouco vistos em 2020
Em cinco minutos, três bonitos gols que o Palmeiras nem de longe parecia capaz de criar não só com 8 desfalques
A chuva era muito forte. Mas o gramado sintético do Allianz Parque segura as pontas. Duro foi jogar sem Weverton, Gabriel Menino, Luan, Gómez, Viña, Felipe Melo, Luiz Adriano e Wesley. Oito titulares contra o ajustado Ceará de Guto Ferreira, também privado de seu melhor em 2020 (Vina).
Mas com Prass mais uma vez de volta ao estádio que tão bem conhece. No turno do BR-20 perdeu por 2 a 1, a última vitória de Luxa. E ele foi bem. Como sempre. Como o Palmeiras precisava o esquecer e fazer o dele. Como foi no SP-54. Quando o Verdão enfrentou não só uma bandeira, mas uma das seis estátuas palestrinas: Oberdan que havia sido rudemente dispensado depois de 14 anos (207 vitórias, 76 empates e apenas 68 derrotas) dos seus 35 em 1954.
Oberdan foi jogar no Juventus. Perdeu o primeiro jogo por 3 a 2. O segundo por 2 a 0. Em ambos jogando muito. Como sempre. E sem palavras para Oberdan expressar como foi jogar contra quem sempre jogou e fez de tudo a favor do Palmeiras: “Não há palavras para dizer o que é entrar em campo sem ser com o escudo do Palestra ou do Palmeiras. Como não há como agradecer o
aplauso dos palmeirenses naqueles meus jogos pelo Juventus. Eles torceram pelo time e, ao mesmo tempo, também mim. Afinal, não joguei contra o Palmeiras, apenas defendi
o Juventus. Eu não queria ganhar do Palmeiras. Eu queria ganhar do
Paschoal Giuliano [o diretor que não o quis mais no clube].”
Foi mais uma vez a sensação de atacar contra o inatacável Prass mesmo em jogo eliminatório e difícil não apenas pelos desfalques. Confronto complicado e sem chances até que na primeira boa arrancada pela esquerda, um bate-rebate sobrou para Gustavo Scarpa acertar todos os lances que vinha errando até entrar bem como lateral e abrir o placar aos 34. Mais 3 minutos, belíssimo lançamento de Danilo para Veron achar Veiga por dentro em um dos mais belos gols alviverdes em 2020. Mais 2 minutos e Veron chapou de fora da área no ângulo de Prass.
Em cinco minutos, três bonitos gols que o Palmeiras nem de longe parecia capaz de criar não só com 8 desfalques. Também em muitos jogos anteriores na temporada.
Coisa do futebol. E do jogo que esse Palmeiras tem bola e nomes para fazer.
Aos 3 da segunda etapa, Renan lançou bonito para Scarpa dar mais um gol perdido de Willian. O Palmeiras poderia ter decidido praticamente tudo nesse lance. Abel abriu Rony pela direita e centralizou Lucas Lima no lugar do sacado Veiga. Depois, aos 25, estreou o zagueiro Alan Empereur como terceiro zagueiro pela esquerda, avançando Scarpa como ala. Pouco antes de Wescley perder outro gol inacreditável na frente de Jailson.
Aos 36 um pênalti bem discutível foi marcado para o Ceará. Pelo VAR o árbitro Bráulio revisou o lance atendendo ao chamado de Heber e desconsiderou a marcação. Aos 49, outro lance discutível a favor do Ceará que eu também não marcaria pênalti.
Vitória justa pela eficiência. Talvez dilatada demais. Mas no caminho para ao menos dar mais confiança ao time e ao treinador.