Palmeiras x Chapecoense nunca mais será apenas um jogo…

Eu estava lá, nas arquibancadas do gol norte, junto com meu pai, naquele domingo 27 de novembro de 2016. Após longas 36 rodadas, chegava o grande momento de soltar o grito de campeão brasileiro, que estava entalado há 22 anos na garganta do palmeirense.

O fantasma de 2009 tentou nos perseguir durante toda a campanha, e nós sempre com aquele pé atrás, aquela insegurança, mas uma hora a gente cansou de se duvidar. Tinha chegado o grande dia. TEM QUE SER HOJE!

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O adversário? A pequena gigante Chapecoense que, em casa, nunca nos trouxe tantos problemas, mas fora de casa já chegou a nos aplicar uma goleada histórica. Um time cascudo, copeiro e finalista da Copa Sul-americana

Eu achei que essa partida ficaria marcada em minha memória apenas pela conquista do título brasileiro, a despedida de Gabriel Jesus, o dia do enea. Mas aí veio a madrugada do dia 28 pro dia 29, justamente na ressaca palmeirense do título, uma tragédia que deixou o Brasil paralisado.

Jogadores, dirigentes, comissão técnica e jornalistas esportivos como nós, que estavam voando atrás da vivência de um sonho e tiveram suas vidas ceifadas de uma maneira cruel e impiedosa.

Desde então, a maioria dos clubes da Série A se uniram em prol da reconstrução da Chape, mas o Verdão teve uma participação especial, fato assumido até por dirigentes do time de Chapecó. “O Palmeiras foi o único que abriu uma lista de jogadores e nos falou: ‘Escolham os que lhes agradam e nós veremos a disponibilidade'”, contou João Carlos Maringá, diretor de futebol da Chapecoense na época do acidente, ao UOL.

Vitor Hugo disputa bola com Bruno Rangel, último jogo da vida do maior artilheiro da história da Chape. (Foto: Marcelo Brandão/ @ClickPalestra)

Hoje, oito meses depois, as vidas ainda não foram esquecidas e a cicatriz dos familiares envolvidos ainda arde. Mas a vida tem que continuar, ela sempre continua. O que fica na história é a gratidão por quem nos abraçou no momento mais difícil, quem estava lá quando mais precisávamos.

Domingo, às 19h (de Brasília), Palmeiras e Chapecoense se enfrentam no Allianz Parque, a primeira vez no último palco daqueles guerreiros. Será impossível não lembrar de Danilo, Ananias, Bruno Rangel, Caio Jr. e todos que estavam naquele avião.

Sempre que os dois alviverdes se encontrarem, a lembrança será inevitável. Que aprendemos que muito mais importante do que os 90 minutos e o resultado é chegar na nossa casa são e salvo, abraçar quem a gente ama, nem que for pra dizer: quarta-feira têm mais 90 minutos…